Filho do 25 de Abril

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terça-feira, março 22, 2005

(367) O Dragão sem fogo nem fôlego



Pinto da Costa já tem lugar marcado na história do Futebol Clube do Porto (FCP). Os seus consecutivos mandatos deixam, entre outros troféus no futebol e outras modalidades, um legado impressionante: 13 Campeonatos Nacionais, 8 Taças de Portugal, 2 Taças dos Clubes Campeões Europeus, 2 Taças Intercontinentais, 1 Supertaça Europeia, 1 Taça UEFA e 13 Supertaças. Não é meu objectivo estar aqui a fazer um balanço da sua história como dirigente desportivo (até porque não estou a exigir a sua saída) mas sim um balanço desta época desastrosa.

Não me lembro de assistir a tamanho descalabro para os lados do Dragão. Não me lembro de três derrotas consecutivas, não me lembro de três derrotas consecutivas por mais de um golo de diferença, não me lembro de sermos goleados em casa, não me lembro de tantas mudanças de jogadores, não me lembro de tantos meses sem vencer em casa, não me lembro de tantos treinadores numa época, não me lembro de tamanha falta de personalidade numa equipa do Porto.

Não interessa encontrar culpados mas perceber porque é que esta época está a correr tão mal. Era natural que o fantasma do Mourinho perseguisse a equipa esta época e era também natural que muitos jogadores saíssem até porque os que ficaram já não jogam com a mesma motivação doutros tempos. Relembro que já Artur Jorge precisou fazer uma limpeza de balneário após a conquista da Taça dos Clubes Campeões Europeus (depois de Ivic e Quinito) porque há jogadores que pensam que já são bons demais para disputar as desmotivantes competições nacionais. Mas esta época aconteceram problemas que ultrapassam as crises "naturais" de quem vence tudo.

A política de contratações do Porto nunca teve nada a ver com o que eu vejo acontecer agora. Os erros acumulam-se sendo os mais visíveis a contratação de Del Neri e as aquisições de Dezembro (5 brasileiros duma só vez)! A aposta de Pinto da Costa era sempre de comprar barato jogadores com potencial que podessem, ao mesmo tempo, trazer mais valias e vontade de provar o seu valor. Adicionalmente equilibrava a equipa ao comprar muitos portugueses que tinham menos dificuldade em se ambientarem, que percebiam a mentalidade exigente do clube e que ajudavam a que os poucos jogadores estrangeiros tivessem uma adaptação mais tranquila. Estas regras foram completamente esquecidas por Pinto da Costa na sua ânsia de provar rapidamente que o responsável pelas vitórias da época passada não eram exclusivamente da responsabilidade de Mourinho. E se Pinto da Costa foi o Presidente perfeito para dar estabilidade a Mourinho já foi infeliz ao tentar ultrapassar o seu fantasma dando agora, e não tanto antes, a imagem que já não era ele a mais valia das épocas anteriores.

Nesta altura o discurso do presidente e treinador já deve começar a ser para dentro! Deve começar a deixar claro que quem não render vai ser dispensado! E deve começar a procurar no mercado jovens jogadores portugueses com potencial e vontade de provar que são os melhores!

2 Comments:

  • At 1:36 da tarde, Blogger armando s. sousa said…

    Sem José Mourinho o FC Porto tinha entrado numa fase de não vitórias à três anos, durante a época de Octávio Machado. Mourinho teve a capacidade de adiar brilhantemente essa crise. Parece-me que o que se passa actualmente no FC Porto, será normal em épocas próximas.
    Um abraço.

     
  • At 3:39 da tarde, Blogger Pedro F. Ferreira said…

    O homem está velho. Ultimamente teve um acréscimo de despesas na sua vida privada, a sua "senhora" tem gostos caros, o dinheiro escasseia. É natural que tenha que fazer negócios, muitos negócios de compra e venda de jogadores. Enquanto algum dinheiro entra e algum jogador sai... algum dinheiro fica nos intermediários. Assim, é natural que não se possa ter tudo. Ficou a equipa a perder. Como lá pela torre das antas não se fazem perguntas, o dragão passou a ter tetas e muitos se alimentam delas, o pintinho é quem comanda.

     

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