Filho do 25 de Abril

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sexta-feira, maio 20, 2005

(415) O Sítio do Não


(http://inet.sitepac.pt/PachecoPereira.jpg)

Pacheco Pereira, sempre abrupto e quase sempre do contra, lançou o que ele chama de “um movimento, um fórum de debate público, um ajuntamento, seja lá o que for, para explicar porque razão se deve pensar duas vezes antes de assinar de cruz um tratado cujas implicações podem ser trágicas para quem deseja uma Europa unida mas uma Europa de nações e não uma híbrida construção transnacional, pouco democrática, subordinada a um directório franco-alemão e a uma burocracia internacional que funciona, como todas as burocracias, para aumentar o seu poder.” É o Sítio do Não. É uma cruzada (não religiosa, claro está) contra a “força institucional” dos partidários do sim, contra a “coligação do sim”, contra o “derrotismo” dos que querem votar “não” mas não se revêem no “não” do BE e do PCP.

Vou ajudar o Pacheco Pereiro em mais este trabalho de auto divulgação e deixar umas notas:

1. Finalmente Pacheco Pereira aderiu ao confronto de opiniões permitindo comentários aos seus posts;

2. O autor não quer ser associado com outros partidários do “não” (BE, PCP, grupos de extrema direita) porque o que contesta tem outro alcance;

3. O chamado directório Franco-Alemão que supostamente criou este mecanismo que permite aumentar o seu poder através da “burocracia” é composto por um dos países que mais contesta o Tratado;

4. Acredito que os cidadãos sabem que podem votar “não”, mas obrigado na mesma por nos avisar desse direito;

5. É verdade que muitas vezes vota-se num referendo pelas razões erradas (como acontece em quase todos os referendos) mas isso é válido para as várias posições e ninguém está a contestar que o debate tem e deve ser feito;

6. O nome do blogue, Sítio do Não, encaixa que nem uma luva na personalidade do seu autor. Se o objectivo é o debate não compreendo porque o Sítio não tem num nome que acolha as duas posições;

7. Ainda não vi um único post até à data a discutir alguma parte concreta do Tratado. O que salta à vista não é o debate sobre como devia ser o Tratado mas sim ... “Cavaco Silva discorda dos argumentos de Pacheco Pereira, “O constitucionalista Jorge Miranda, também apoiante da posição de Pacheco Pereira, “António Barreto... Acho muito bem que se criem movimentos de cidadãos como aquele a que apelou Pacheco Pereira, “O bem-vindo SÍTIO DO NÃO corre o risco de se transformar na pedra angular de um movimento político bastante interessante - o primeiro formado a partir da blogosfera.” (Blasfémias). Notam algo em comum nestes textos?


*Tópicos Relacionados:

- Consulta do texto integral do tratado: Centro de Informação Europeia Jacques Delors

- Memórias do Filho do 25 de Abril: Europa

6 Comments:

  • At 11:54 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Eu cá vou abrir o sítio do Assim Assim.

     
  • At 11:55 da manhã, Blogger Didas said…

    Porque raio o meu comment saiu como anónimo???!!!

     
  • At 2:53 da tarde, Blogger Pedro F. Ferreira said…

    Eu vou abrir o sítio do "Se lá está o abrupto JPP e o blasfemo CAA, não estou lá eu." Abraço.

     
  • At 4:37 da tarde, Blogger Unknown said…

    Caro Ricardo,
    Lamento dizer mas o teu artigo está uma desgraça.
    Faz o que mais me irrita na demagogia, faz uma pseudo análise independente mas que mostra logo que é tudo menos independente e lança umas farpas contra o Pacheco, o site, etc.
    Para já quero dizer que de nenhuma forma concordo com o Pacheco Pereira e me irrita o Abrupto não permitir comentários.
    A minha opiñião sobre o JPP pode-se verificar no comentário que coloquei ao abrupto na lista de blogs que está no meu blog.
    Mas, voltando ao teu artigo:
    "Pacheco Pereira, sempre abrupto e quase sempre do contra"???
    Quase sempre do contra??? Se eu bem me lembro ele até defendeu bem os governos do PSD, com a excepção do do Santana.

    "O chamado directório Franco-Alemão que supostamente criou este mecanismo que permite aumentar o seu poder através da “burocracia” é composto por um dos países que mais contesta o Tratado"
    Para já o país que mais contesta o Tratado é o Reino Unido.
    Quanto a França é um dos países que mais defendem o Tratado mas, como acontece em praticamente todos os países, há um divórcio muito nítido entre as elites políticas e a população no que concerne aos temas europeus.
    A contestação popular ao Tratado em França´não deve ser muito diferente da contestação popular em qualquer outro país que discuta publicamente o Tratado, como está a ocorrer em França.

    "Acredito que os cidadãos sabem que podem votar “não”, mas obrigado na mesma por nos avisar desse direito"
    Ridículo. Claro que toda a gente sabe que pode votar "Não". Só que da forma como nos apresentam as coisasdão-nos a sensação de que só os nazis e pouco mais votam "Não". É bom que se mostre que existem argumentos para qualquer cidadão, independetemente das suas opções partidárias votar "Não".
    "O nome do blogue, Sítio do Não, encaixa que nem uma luva na personalidade do seu autor"
    Farpa ridícula!
    "Ainda não vi um único post até à data a discutir alguma parte concreta do Tratado"
    ???? Se eu fosse padre e te estivesse a confessar, por uma destas dava-te por penitência mais de 40 dias de jejum!
    Há muita informação no Sítio do Não sobre o Tratado.
    Umas das que descobri e até está muito bem feita é uma que eu não conhecia, http://www.pensabem.net/artigos/ler/?id=494
    Em resumo, deste teu artigo a única coisa que acho que se aproveita é teres um link para o texto da Constituição pois acho, sinceramente, que qualquer cidadão que o leia dificilmente irá votar "Sim".
    Já agora, já lestes o texto?

     
  • At 8:37 da tarde, Blogger Ricardo said…

    Caro Raio,

    Não vou usar a tua agressividade habitual que alastra por este blogue uma vez por mês mas sim clarificar uns pormenores.

    O que me choca num blogue como o Sítio do Não é a mistura de auto promoção com pedagogia e com paternalismo. O que me choca nos teus comentários já é diferente, é a eterna imodéstia de chamar à atenção a falta de independência alheia quando não é praticada na "tua" casa. Isso não é um defeito e é uma das razões porque gosto do teu blogue mas não deixo de achar piada achares que tens uma visão independente sobre a UE.

    Quanto aos reparos admito que tens razão nuns e tens grandes imprecisões noutros (só ter sido contra Santana; não ser do contra; o comentário dos "nazis"). E até à data em que escrevi o post os artigos no "Sítio" eram 90% de auto promoção e 10% de debate. Consulta e lê melhor (até à data em que escrevi, repito). Acho a ideia boa mas mal executada onde se pede a colaboração de todos mas onde também se critica todos duma forma generalista (mesmo os "Não" desalinhados com as ideias de Pacheco).

    Quanto ao meu gosto (ou falta dele) e o que se aproveita do que escrevo não vou comentar.

    Sobre a Europa propriamente dita eu escrevo irregularmente sobre o tema mas ainda não me debrucei sobre o Tratado convenientemente. Mesmo assim já achei positivas as partes sobre a religião e os sistemas de votos sobre os quais já escrevi textos no blogue.

    Sem perder mais tempo a responder a comentários desnecessariamente agressivos,

     
  • At 12:08 da manhã, Blogger Unknown said…

    Caro Ricardo:
    Vá lá, não te zangues.
    Primeiro consulto e comento o teu blog mais de uma vez por mês.
    Depois acho que não fui agressivo.
    Exprimi a opinião de que este artigo estava uma desgraça. Mantenho esta opinião o que de nenhuma forma é uma atitude agressiva. Esta opinião de nenhuma forma se estende ao resto do teu blog que acho bem feito e interessante e que gosto de consultar.
    Tens todo o direito de ficar chocado com o blog do JPP. Só que ainda terias mais razões para ficar chocado com 90% dos textos dos apoiantes da Constituição Europeia. Todos os defeitos que apontas ao blog do JPP pululam nos textos dos apoiantes, esses e muitos outros.
    Mas não te chocam estes porque concordam com o que queres concordar, nada mais.
    "O que me choca nos teus comentários já é diferente, é a eterna imodéstia de chamar à atenção a falta de independência alheia quando não é praticada na "tua" casa."
    ??? Eu acho que até pratico a independência. Durante muitos anos fui adepto ferrenho da adesão de Portugal à CEE.
    A primeira coisa que me chamou a atenção foi até um facto secundário.
    Nessa época eu vivia muito longe de Portugal e tive conhecimento de que a Gronelândia tinha feito um referendo e saído da CEE. Quando cá cheguei não encontrei uma única pessoa que tivesse conhecimento deste caso. A notícia tinha sido escamoteada!
    Foi este pequeno facto que me levou a estudar estes assuntos.
    Não duvido de que conheço a CEE/CE/UE melhor do que a quase totalidade dos portugueses e, quanto mais estudo, mais problemas encontro.
    São estes conhecimentos que me levaram a concluir que a UE é-nos prejudicial e, pior, não consigo encontrar ninguém que me rebata as minhas objecções. Normalmente o discurso do defensor da integração europeia é muito geral e foge dos pormenores como o diabo da cruz!
    Resultado, cada vez me convenço mais de que caímos num imenso logro.
    Por outras palavras, se tivessemos ficado na EFTA ou mesmo na EEA estariamos piores do que estamos?
    "Sobre a Europa propriamente dita eu escrevo irregularmente sobre o tema mas ainda não me debrucei sobre o Tratado convenientemente. Mesmo assim já achei positivas as partes sobre a religião e os sistemas de votos sobre os quais já escrevi textos no blogue."
    Na minha modesta opinião, antes de alguém começar a fazer uma ideia sobre o Tratado devia:
    a) Ver como é que ele nasceu e se esse nascimento foi correcto;
    b) Ler o Tratado ou, pelo menos, ler as suas partes principais e algumas edições resumidas e comentadas, quer a favor quer contra;
    c) Pensar um pouco nas suas consequências para o nosso país e para a Europa.
    Só depois é que se pode fazer uma opinião minimamente fundamentada sobre o Tratado Constitucional. Foi o que eu fiz. Aliás, comecei por ler integralmente a versão giscardiana do Tratado!
    A minha opinião sobre este Tratado Constitucional é fundamentada.
    Nitidamente não foi isto que fizeste.
    Para já aproximaste-te com uma ideia positiva, tipo:
    -O que é favorece a integração europeia é bom para Portugal.
    -Este Tratado favorece a integração europeia.
    -Logo o Tratado é bom para Portugal.
    Depois pegas num ou dois pormenores, acha-os positivos e começas logo a defender o Tratado!
    Eu, por mim, e após análise do Tratado e de precedentes históricos acho que:
    a) Este Tratado não favorece a integração europeia pois aprofunda-a ignorando que pelo menos (estou a ser optimista) metade da população das nações que integram a UE estão contra ele.
    b) Este Tratado é demasiado ideológico e qualquer alteração de forças na União provocará grandes problemas.
    d) Este Tratado é dificilmente alteravel e, portanto, tende a provocar tentativas violentas para o alterar.
    Em resumo, este Tratado institui uma Constituição que, a prazo, só pode sobreviver pela força.
    Nada disto augura um bom futuro para nós, os nossos filhos e os nossos netos.
    O mais seguro seria de que passasse rapidamente à História...

    Já agora, aconselho-te um pequeno exercício:
    O que é que aconteceria se, quando o Bush resolveu invadir o Iraque esta Constituição já estivesse em vigor? Sim, o que aconteceria com a França e a Alemanha contra a invasão e o Reino Unido, Itália, Espanha, Polónia e a maior parte dos países pequenos a favor da invasão?
    Sim, o que é que aconteceria?

     

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