Filho do 25 de Abril

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terça-feira, junho 21, 2005

464. Fazia o obséquio de repetir, senhor Presidente?

"Há oposição da banca no que respeita a arriscar alguma coisa para as empresas que querem inovar. Naturalmente que se quiserem um automovelzinho, a banca está disposta a fazer umas prestações”, afirmou Jorge Sampaio, referindo que muitas vezes a publicidade ao crédito é um “embuste”

Parece que o calor já começou a afectar os políticos! Eu também sou da opinião que há falta de mentalidade de risco em Portugal e até concordo que os bancos arriscam pouco. O que não consigo compreender é como é que o Presidente da República quer convencer a banca dessa necessidade e, ao mesmo tempo, ridicularizar um dos seus produtos de forma tão gratuita. Pode até ser a sua convicção mas será assim que o pedido anterior (sim, porque não estamos na era das imposições mas sim da dos pedidos) terá o ambiente conciliatório para avançar?

Deve ser o início da "silly season"!

22 Comments:

  • At 12:11 da manhã, Blogger Sandro said…

    Deve ser?
    Pensei que essa duvida fosse já uma certeza assumida.

     
  • At 9:46 da manhã, Blogger Didas said…

    E ele descobriu isso agora? Sozinho ou alguém lhe disse?

     
  • At 10:01 da manhã, Blogger pindérico said…

    A verdade está lá. Mas, de facto, não era aquele o local nem foi feliz a forma.

     
  • At 11:01 da manhã, Blogger José Fernandes dos Santos said…

    Julgo que se trata de stress térmico, senão teria dito o mesmo de uma forma redonda e dificil de descodificar. Por isso mesmo deixem o homem desabafar...
    JFS

     
  • At 12:10 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    - Estou convicto que os Conselhos de Admistração dos Bancos, a esta hora, estão reunidos de urgência para analisar este pré-aviso de nacionalização, conjurado pelo Portas e Sampaio !
    - Ponto válido : pelo menos e pela 1ª vez disse o que lhe vai na alma, em frases escorreitas, para a plebe.
    - Do Tomaz numca ninguém soube o que lhe ia na alma ou na mioleira.
    Leiam uma carta maravilhosa da "Correspondência de Fradique Mendes", a respeito de um excelso português.

     
  • At 3:55 da tarde, Blogger Unknown said…

    O Sampaio foi, é e será uma desgraça.
    Diz banalidades sobre assuntos importantes não se incomodando em analisar as causas profundas.
    No caso da banca, porquê arriscar? Se podem ganhar dinheiro, e muito, sem arriscar, só se fossem totalmente cretinos é que arriscariam.
    Os juros estão baixos, podem pedir dinheiro emprestado lá fora à vontade e, com os tais juros baixos, podem empresta-lo cá sem riscos.
    Antes de se começar a atacar a banca seria de bom tom investigar porque é que ela procede assim e atacar as causas.
    E mais não digo...

     
  • At 7:48 da tarde, Blogger mfc said…

    O alerta é correcto, só que não tem efeito nenhum!
    O endividamento familiar ronda os 118%... os lucros da banca crescem cerca de 20%!!!!

     
  • At 8:19 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Valha-nos que o RAIO não falou do Euro e da U.E., mas deverá estar no seu subconsciente. Mas não disse. LIVRA.
    Acerca das declarações do Presidente acham que foram más, péssimas, de mau tom, inoportunas?
    Eu acho que não. Já é altura de se falar claro e tirar consequências disso. De falinhas mansas está o Zé Povinho farto.
    Os produtos mais atractivos dos bancos, são aqueles que se vêm nos seus anúncios, créditos para tudo e mais alguma coisa, que faz aumentar a coisa que é o endividamento familiar.
    Se não pagas, ficas sem o carrito, não vais mais de férias a crédito, ficas sem o ordenado de daqui a dois meses, a casita passa para o mercado de vendas imobiliárias de 2ª mão, quase por estriar, etc.
    A quem é que o homem iria dizer o que disse e onde? Ao Bispo de Leiria, junto ao Túmulo dos Beatos Pastorinhos?!
    O que Sampaio se esqueceu de dizer, ou talvez não, aguardando melhor ocasião, talvez numa daquelas Jantaradas proporcionadas pelos nosso empresários, nos Salões da Bolsa, no Clube não sei quantas, é que os empresários também têm que ter outra mentalidade, serem inovadores, não na compra de automóveis ou iates, mas nas suas empresas, arriscando também eles na expansão dos seus negócios, num equilíbrio harmonioso entre os capitais financeiro e humano.
    Parece uma contradição, os empresários reclamarem a não aposta dos bancos no Capital de Risco, mas não é, pois empresários e banqueiros, são duas espécies, ou melhor uma espécie, que são vistos frequentemente juntas, a dar umas tacadas de Golfe, em patuscadas bem regadas, a fazer uns cruzeiros em regata e não consta que houvesse alguma tacada nos cornos de algum, algum hematoma provocado por uma garrafa partida nos ditos cornos, ou alguma investida pirata a algum dos magníficos iates.
    Nada tenho contra a ostentação da riqueza, os actos fica com quem os pratica, mas o que me enoja é que são estes senhores que mendigam por tudo e por nada, para que os governos lhes dêem condições para poderem expandir-se.

    Lembre-se Senhor Presidente, que também lhe falta dar este recado, no local certo e com as palavras correctas, sem os seus habituais floreados.

     
  • At 10:13 da tarde, Blogger Frederico Lucas said…

    :-)

    Só pelo facto de o Ricardo ter postado as declarações do PR já valeu a pena.
    O que me incomodou foi o timing.
    Vivemos os últimos 10 anos a endividarmo-nos para comprar carrinhos e só agora é que ele fala no assunto?
    Quantos empresários é que apostam na inovação, com expressa exclusão de todos os que recebem subsidios para tal?
    E esses, que construiram soluções diferenciadas, que receptividade tiveram no mercado nacional?
    É que no meu caso, eu consigo vender o meu serviço inovador em qualquer país da Europa, excepto em Portugal.
    Por cá preferem investir menos 20% e receberem lixo em vez de um instrumento de gestão.

    Resultado de um inquérito: 85% dos clientes da concorrência assume que não utiliza à mais de um ano o sistema de informação que adquiriu. Contra 15% dos nossos clientes. Noutros mercados, acredito que tal percentegem dos nossos clientes desça para 0%. É que em paises como a Irlanda um ivestimento é um INVESTIMENTO e não um custo.

     
  • At 10:40 da manhã, Blogger Ricardo said…

    Sandro,

    Da próxima prometo estar mais atento e não me ficar pelas meias verdades, hehe

    Obrigado pela visita,

     
  • At 10:44 da manhã, Blogger Ricardo said…

    Lazuli,

    O "livrinho superfixe" tinha algum discurso que nós, pobres mortais, conseguisse perceber?

    Posso tentar esclarecer as dúvidas sobre as cores, basta perguntares!

    ***

     
  • At 10:45 da manhã, Blogger Ricardo said…

    Didas,

    Foi o Deus Sol que lhe sussurrou o discurso!

    ***

     
  • At 10:50 da manhã, Blogger Ricardo said…

    Pindérico,

    A "verdade" pode lá estar mas tenho as minhas dúvidas que o discurso tenha sentido! Não podemos obrigar os bancos a assumirem riscos...

    Aí está um papel que o Estado podia ter, minimizando as imperfeições do nosso mercado!

    Abraço,

     
  • At 10:52 da manhã, Blogger Ricardo said…

    jfs,

    Antes de mais obrigado pela visita!

    Eu cá deixo o homem desabafar. Eu não acho que Sampaio seja imparcial como tenho lido por "aí". Só acho que não é ouvido! E talvez desta vez ele tenha sentido necessidade de ser ouvido. Escusava era de ter essa necessidade no preciso momento em que estava a delirar...

    Abraço,

     
  • At 11:05 da manhã, Blogger Ricardo said…

    C. Indico...

    Obrigado pelas visitas regulares que muito contribuem para a discussão dos temas! Acho que um dos problemas da "blogosfera" é os comentários não acrescentarem nada à discussão o que não é certamente o caso!

    Ninguém deve estar assustado com as Nacionalizações porque o Estado parece estar mais perto de ser privatizado do que de fazer nacionalizações. Sampaio pode ter sido claro mas terá tido sentido?

    Quanto à sugestão de leitura sabes se essa carta está disponibilizada na internet?

    Abraço,

     
  • At 11:11 da manhã, Blogger Ricardo said…

    Raio,

    Eu acho que o problema dele não é a falta de análise mas o seu excesso tornando as conclusões ilegíveis para o cidadão. Mas desta vez o sol fritou a sua capacidade analítica e a partir duma realidade, a falta de mentalidade de risco, sugeriu o que não pode nem deve impor...

    Não vale a pena atacar as causas deste comportamento da banca. A banca é, felizmente, dos poucos casos de sucesso de Portugal. Cabe ao Governo colmatar o que o mercado não garante. Se a sugestão do capital de risco tinha que ser feita a alguém era ao próprio Governo. O resto cabe às empresas analisarem as suas opções estratégicas e, por muito que não concorde com elas, não posso nem devo interferir nelas... a realidade é que não há mentalidade de risco em Portugal!

    Abraço,

     
  • At 11:17 da manhã, Blogger Ricardo said…

    mfc...

    Não me faz confusão os lucros da banca! Temos tendência a esquecer que, mesmo com privilégios "estranhos", é dos sectores que mais emprega, que mais paga impostos em média e que melhores serviços oferece à população. É verdade que não tem mentalidade de risco mas quando a empresa tem sucesso não podemos questionar isso. Podemos apenas lamentar e o discurso deve ter sido isso mesmo, um longo e enérgico lamento...

    Abraço,

     
  • At 11:34 da manhã, Blogger Ricardo said…

    Anônimo (o ^ dá um toque de distinção ao teu anonimato),

    "Já é altura de se falar claro e tirar consequências disso."

    Pode ter falado claro mas que consequências queria ele retirar? Vamos obrigar as empresas a ter o rumo estratégico que o Presidente quer? Não podemos! E no dia em que o Governo incentivar os bancos a apostarem no capital de risco está a retirar o risco do negócio e mais vale serem os próprios a fazerem-no. Eu também gostava que os bancos e as empresas tivessem comportamentos diferentes mas não é assim que vai mudar algo...

    "Os produtos mais atractivos dos bancos, são aqueles que se vêm nos seus anúncios, créditos para tudo e mais alguma coisa, que faz aumentar a coisa que é o endividamento familiar.
    Se não pagas, ficas sem o carrito, não vais mais de férias a crédito, ficas sem o ordenado de daqui a dois meses, a casita passa para o mercado de vendas imobiliárias de 2ª mão, quase por estriar, etc."

    O Estado pode e deve regulamentar os bancos para que não emprestem para além do limite do aceitável mas não podemos tratar os cidadãos como carneiros amestrados e tomar decisões por eles sobre o seu consumo e poupança. Temos é que repensar porque é que o Governo insiste em retirar incentivos à poupança.

    "...os empresários também têm que ter outra mentalidade, serem inovadores, não na compra de automóveis ou iates, mas nas suas empresas, arriscando também eles na expansão dos seus negócios, num equilíbrio harmonioso entre os capitais financeiro e humano.
    Parece uma contradição, os empresários reclamarem a não aposta dos bancos no Capital de Risco, mas não é, pois empresários e banqueiros, são duas espécies, ou melhor uma espécie, que são vistos frequentemente juntas"

    Não teria dito melhor! Não podia estar mais de acordo! Eu, por vezes, acho que em Portugal existe um enorme "conluio" para que todos estejam numa redoma que os protejam dos ares da concorrência. Vou desenvolver este tema em breve...

    Em resumo concordo que Sampaio desta vez não usou floreados mas foi perfeitamente inócuo, para não variar!

    Abraço,

     
  • At 11:38 da manhã, Blogger Unknown said…

    Ricardo,

    Concordo com o teu comentário.

    Quanto aos lucros da banca e aos empréstimos acho muito negativo que o Presidente como alguns comentadores tenham vindo com essa dos empréstimos para os carritos...
    Portugal está muito longe de ser um país muito endividado. Há muito pior.
    Ainda por cima o grosso das dívidas das famílias é para comprar casa, endividamento dificilmente criticável.
    A seguir mas com uma expressão muito menor vêm os tais carritos.
    O restante endividamento (incluindo férias de que se fala tanto) tem um significado perfeitamente marginal.
    Quanto ao Anónimo que ficou contente por eu não ter falado do Euro e lixo associado, acho que ele tem razão, esses problemas estão sempre subjacentes a qualquer critica ou análise da situação politico-económica portuguesa.

    Um abraço,

     
  • At 11:42 da manhã, Blogger Ricardo said…

    Frederico...

    Não era a minha intenção ter alargado esta discussão ao papel dos empresários na situação da economia portuguesa.

    Mas não deixa de estar tudo interligado. Sobre o teu comentário vou escrever um post com uma reflexão mais cuidada logo após do São João!

    Abraço,

     
  • At 11:51 da manhã, Blogger Ricardo said…

    Raio,

    Quanto ao polvo do Euro que com os seus tentáculos mina a nossa economia vou deixar essa sempre interessante discussão para outro dia!

    Estamos basicamente de acordo! Não é pelo crédito ao consumo que vamos encontrar as causas do nosso sub- desenvolvimento!

    Mas não vou deixar de explorar melhor algumas "pistas" aqui deixadas sobre a falta de mentalidade de risco e a ligação empresários / banqueiros para reflectir melhor sobre o que realmente está a falhar em Portugal. Logo após do São João...

    Abraço,

     
  • At 1:41 da tarde, Blogger Ruvasa said…

    Sampaio é Sampaio...

    Ruben

     

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