Filho do 25 de Abril

A montanha pariu um rato - A coerência colocada à prova - A execução de Saddam Hussein - O Nosso Fado - "Dois perigos ameaçam incessantemente o mundo: a desordem e a ordem" Paul Valéry, "Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa, salvar a humanidade", Almada Negreiros - "A mim já não me resta a menor esperança... tudo se move ao compasso do que encerra a pança...", Frida Kahlo

quinta-feira, setembro 15, 2005

556. Portugal em manifestação!

Quero agradecer publicamente aos militares por não terem tomado o país pelas armas. Quero agradecer às suas mulheres por terem ajudado a respeitar a lei. Quero também agradecer aos polícias por não terem bloqueado pontes. Por fim, quero agradecer aos juízes a defesa de valores ancestrais e direitos adquiridos.

Fonte:
Câmara Corporativa, um excelente blogue de denúncia das regalias das corporações!

9 Comments:

  • At 12:58 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Numa democracia é aceitável que alguns não possa exercer o acto civico de manifestação, dentro dos limites contitucionais? Não é possivel manifestar na rua desacordo com as opiniões dos governantes? Os militares podem reunir no seu local de trabalho e não podem manifestar-se na rua, porquê? Penso que este é um problema de cultura democrática que falta a muita gente. Acho que se convive mal com a diferença e que há muitos fantasmas em algumas cabecinhas. E agora como responder à convocação da manifestação por parte das esposas dos militares, legal face à lei, também não permitir? não percebo!

     
  • At 1:08 da manhã, Blogger Ricardo said…

    Charago,

    Não estamos a falar de opiniões, estamos a falar de leis que foram feitas para que a sociedade possa funcionar.

    Porque é que militares e polícias não podem fazer o mesmo que tu e eu? Por uma razão simples, porque não sobra ninguém para fazer respeitar a lei. Se eu cortar uma estrada enquanto manifesto-me chama-se a polícia, se quem o fizer for um polícia como é?

    Não me fales em falta de cultura democrática. As regras existem porque há múltiplos exemplos na história que o recomendam. E não são fantasmas porque a democracia e a liberdade conquistam-se todos os dias, não é algo eternamente adquirido. Quem não perceber porque é que estas regras existem, não pode nem ser polícia nem militar.

    Quanto às famigeradas regalias urge dizer algo. É óbvio que não podemos retirar regalias cegamente e há acertos a fazer e também têem razão aqueles que defendem que o Governo deve ter especial atenção ao negociar com aqueles que não podem fazer greve. Até aqui percebo que pode haver falhas no Governo. Mas se carregares nas ligações que coloquei neste post (da Câmara Corporativa) não me vais concerteza dizer que não temos que acabar, e já, com metade daquelas situações...

    Abraço,

     
  • At 3:11 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Ricardo:
    Já pensou que numa sociedade em que as forças de segurança e manutenção da ordem são compelidas a manifestar-se contra a ordem que se estabelece é porque a situação está péssima?
    Acredita que estas medidas do governo vão impedir que as grandes empresas saiam de Portugal?
    Ou, pelo contrário, já pensou que tudo isto é fruto da globalização neoliberal?
    Como economista, deveria estar mais atento às alterações estruturais. Infelizmente, isto não é apenas uma crise conjuntural.
    Seria seu dever, ter um conhecimento mais abalizado sobre o neoliberalismo e deixar de "colaborar" com as forças dominantes. Afinal, está a prestar um excelente serviço a quem detém o poder: as corporações económicas.

     
  • At 12:02 da tarde, Blogger Ricardo said…

    TNT,

    É preciso, antes de mais, perceber porque é que as forças da ordem estão a optar pelas manifestações. No comentário que fiz às palavras do Charago deixei explícito que o Governo tem que ter especial atenção a quem não se pode manifestar por razões óbvias e concordei que têem que ser feitos acertos a algumas das medidas. Mas, e se leres a imprensa e, por exemplo, o blogue que enunciei o que stá em jogo são acretos nas regalias que, abusivamente, essas mesmas forças de segurança têem aproveitado. Veja-se, a título de exemplo, os sub sistemas de saúde das forças policiais cujos agregados familiares são, em média, mais numerosos do que no regime de ADSE (na ligação estão lá os pormenores). Veja-se, também a título de exemplo, as reformas aos 45 anos nos militares. E, finalmente, veja-se os subsídios de compensação dos juízes.

    O fim destes regimes são duma justiça elementar e não têem como objectivo impedir a saída ou não de empresas de Portugal. Eu já tenho um post preparado sobre isso que, não tendo sido feito para responder às críticas que fazes ao meu pensamento , abordam este tema.

    A fuga de receitas do sector privado, ou melhor, a sua exclusão de contribuírem para o bem comum é um combate a travar sem tréguas mas não podem ser um alíbi para mantermos estas regalias insustentáveis.

    Eu sei que a crise não é conjuntural nem pretendo dar trunfos às corporações e acho curioso que aches que combater as regalias destas seja um meio de as favorecer. Se nós os dois defendemos um mundo mais justo temos, simultaneamente, que obrigar o sector privado a contribuir para as funções do Estado e moralizar as regalias que o Estado disponibiliza aos seus funcionários.

    Abraço,

    P.S. Não tens mail disponibilizado no teu blogue. Opção?

     
  • At 7:26 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    A minha questão Ricardo, prende-se tão-só com o facto do Governo de Sócrates proibir a manifestação dos miltares e já agora acrescento com a afirmação explicita de destacados dirigentes, mandando-os regressar aos quarteis.

    Independentemente da concordância ou não com as razões do protesto, a manifestação é um direito constitucional e uma democracia adulta não tem de ter medo do protesto social.

    Uma democracia adulta percebe quando se trata de intromissão ou insubmissão militar nos assuntos do país ou quando estão apenas em causa reivindicações profissionais legitimas.

    Os protestos sociais ou das organizações não podem estar condicionados pelos interesses do governo mas unicamente quando estiver em causa o Estado.

    Este caso deve fazer-nos reflectir sobre a qualidade da nossa democracia e da cultura democrática de cada um de nós e de alguns dos nossos politicos.

    O que diriam os Senhores do Parido Socialista se por hipótese este protesto fosse feito com o Santana Lopes a primeiro-ministro e o Paulo Portas como ministro da defesa e com o Pacheco Pereira a mandar os militares para os quartéis? Perguntou, com razão Lobo Xavier, na quadratura do circulo

     
  • At 9:36 da tarde, Blogger Ricardo said…

    Charago,

    Obviamente que critico as afirmações de todos os dirigentes políticos que mandam recados aos militares. Só o Governo pode e deve actuar. Não sei quem fez as declarações que evocas mas merecem desde já as minhas críticas...

    Podemos e devemos discutir a qualidade da nossa democracia mas digo-te desde já que sou contra o direito de greve e manifestação dos polícias e militares pelas razões que invoquei no comentário anterior. Acho que há formas de projecção mediática mais condizentes com o estatuto destas classes profissionais (conferências de imprensa, audições com grupos parlamentares, entre outras).

    Se fosse com um Governo Santana Lopes/ Paulo Portas criticava na mesma a falta de diálogo do Governo e condenava na mesma as ameaças veladas das forças de segurança em relação ao Governo.

    Abraço,

     
  • At 2:44 da manhã, Blogger H. Sousa said…

    Prefiro comentar no post mais recente.

     
  • At 10:03 da manhã, Blogger H. Sousa said…

    Eu sei que a crise não é conjuntural nem pretendo dar trunfos às corporações e acho curioso que aches que combater as regalias destas seja um meio de as favorecer.

    Esta escapou-me. É necessário compreender que tu defendes o ataque às regalias das corporações profissionias. Isto favorece as corporações económicas porque o estado poupa nas primeiras aquilo que não cobra às segundas porque não consegue. Acho elementar.

     
  • At 9:20 da tarde, Blogger Ricardo said…

    TNT,

    O que entendes por corporações económicas? Corporações de empresários, de donos do capital, de empreiteiros, de especuladores? Não são, no fundo, uma corporação profissional já que também têm uma profissão definida e fazem lobbie em conjunto? Não são também alvo de regalias do Estado?

    Eu não defendo o fim das regalias só de alguns... mas de todos! Simplificar o sistema em troca de melhores remunerações e/ou incentivos claros a actividades úteis ao país é essencial, na minha opinião, para a redução da corrupção e para acabar com os efeitos cumulativos de longo prazo.

    Abraço,

     

Enviar um comentário

<< Home