Filho do 25 de Abril

A montanha pariu um rato - A coerência colocada à prova - A execução de Saddam Hussein - O Nosso Fado - "Dois perigos ameaçam incessantemente o mundo: a desordem e a ordem" Paul Valéry, "Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa, salvar a humanidade", Almada Negreiros - "A mim já não me resta a menor esperança... tudo se move ao compasso do que encerra a pança...", Frida Kahlo

domingo, dezembro 18, 2005

663. Sala de Cinema: Oliver Twist



Realizador: Roman Polanski
Elenco: Ben Kingsley, Barney Clark, Leanne Rowe

É difícil criticar este filme porque está tecnicamente perfeito, porque tem excelentes representações, porque tem uma realização soberba (como seria de esperar de Polanski) e porque tem uma recriação de Londres do século XIX excelente. Mas fiquei com a sensação que faltou algo para fazer desta película um bom filme...



Depois de realizar The Pianist era difícil que o filme seguinte de Polanski fosse melhor mas este realizador já habituo-nos a fazer filmes agradáveis com regularidade. E este é mais um desses filmes agradáveis mas sem a alma e o brilho do filme com Adrien Brody. Nota-se a paixão de Polanski pelas personagens deste filme mas há uma excesiva formalidade em contar uma história que todos nós já conhecemos. O problema deste filme reside neste ponto, ou seja, não há nada de surpreendente ou de realmente inovador na história. Simplesmente esta é contada de forma competente, sem qualquer tipo de mácula.

Quem está excelente neste filme é Ben Kingsley (Fagin) que há muito tempo não tinha uma representação tão conseguida (talvez desde outro filme de Polanski, Death and the Maiden)! É a personagem mais ambígua do filme e que consegue distanciar-se mais do estereótipo que as personagens ganharam em anteriores versões desta história (há dezenas de versões desta história para televisão e para cinema).

Síntese da opinião: Não é apenas mais uma versão desta história, é a versão definitiva. É só pena que não haja uma justificação plausível para esta nova versão, pois esta não é nem actualizada nem reinventada. E, por isso, é um filme previsível, mesmo que tecnicamente irrepreensível.