665. Devemos esquecer e simplesmente olhar para o futuro?
More than 2,100 U.S. troops have died in Iraq since the invasion, which Bush and top aides argued was necessary to strip Iraq of chemical and biological weapons and efforts to develop a nuclear bomb. No such weapons were found once the government of Saddam Hussein collapsed in April 2003. (...)
Bush acknowledged the doubts of many Americans who opposed the invasion, but said the United States now faces just two outcomes: "victory or defeat."
"I congratulate the president on being honest and candid about past problems and telling us how hard it's going to be but how necessary it will be to get it right"
Sen. Lindsey Graham, South Carolina Republican
Não faz confusão a nenhuma "alma" em Portugal que o Presidente dos EUA venha anunciar que não tinha informações correctas mas que o que importa agora é o futuro?
Noutras palavras o que George W. Bush veio dizer é que errou mas como admite que errou não faz mal que tenha errado!
Então se tudo o que aconteceu é "menor" significa que devemos todos aceitar que para iniciar uma guerra no futuro só temos é que a posteriori admitir que cometemos um erro? Entretanto enriquecem uns e empobrecem outros e a guerra torna-se numa forma de tranferência de riqueza universalmente aceite, sem necessidade de outras razões de "maior".
O que aconteceu foi grave! Afectou irremediavelmente a confiança dos cidadãos nos seus representantes - e não foi só a questão óbvia das armas de destruição em massa mas tudo o que tem acontecido de regressão na protecção dos direitos humanos - e não posso aceitar que agora simplesmente seja colocada uma pedra por cima do assunto.
Não basta aparecer nas televisões a anunciar a proibição da tortura - como já era proibida antes quer dizer que entretanto houve um intervalo? - ou anunciar que as escutas ilegais não são um abuso de poder - porque são - ou anunciar que vai fornecer informações sobre as prisões no estrangeiro - qual é a justificação para ter uma prisão em local incerto com práticas incertas de interrogatório - ou até dizer que tudo foi feito em nome dum combate ao terrorismo - o que é uma mentira grosseira porque o terrorismo não é um país, nem um grupo nem uma pessoa mas sim uma táctica, táctica essa que não era fomentada no Iraque pela Al-Qaeda - para que eu acredite que os erros não foram voluntários. É que para que o futuro seja de facto diferente é necessário que este passado recente não fique guardado na nossa memória como mais um exemplo histórico de impunidade.
Se o meu texto tem erros factuais não faz mal. Desde que depois eu admita que cometi imprecisões...
7 Comments:
At 1:57 da manhã, H. Sousa said…
Fiquei parvo a olhar para esse gajo com cara de parvo!
At 1:20 da tarde, Bruno Gouveia Gonçalves said…
Ricardo,
Com todo o respeito pelo post, mas parecia-me que estava a ler um texto da Ana Gomes... ;)
Abraço
At 3:24 da tarde, armando s. sousa said…
Olá Ricardo,
Concordo plenamente com o teu post e com as tuas critícas.
É difícil compreender-mos este mundo, quando na maior das calmas, o presidente americano, 30 000 mortos depois, bem dizer que a justicação para a Guerra do Iraque foi baseada em informações não verdadeiras e não se ouve um coro mundial contra esta intervenção e a exigir uma retirada no mais breve espaço de tempo. Não digo imediata porque depois da anarquia que os americanos instalaram no Iraque era pior a emenda que o soneto.
Um abraço.
At 4:14 da tarde, Ricardo said…
Bruno,
Parece que há uma cegueira generalizada! Eu ouvi há 2 dias, ninguém contou-me, o Presidente Norte Americano a admitir que as informações não estavam correctas. Eu também ouvi, há mais de 2 anos, que quem não acreditava nas informações dos serviços secretos americanos - que hoje sabe-se que foram encomendadas - era anti-americano. Por isso, caro blogamigo, que tipo de coerência queres na política internacional?
Quanto à comparação com outros textos de outros\as autores\as sei que foi uma crítica mas não me importo. Quem não concorda com as minhas palavras é que tem que explicar, à luz dos novos factos e das novas admissões, porque é que não devemos retirar consequências deste conjunto de incidentes que vieram descredibilizar o direito internacional, as instituições internacionais e a defesa dos direitos humanos.
E devo dizer que sobre este tema tenho observado que há um silêncio sepulcral nos blogues que defenderam a intervenção militar nos moldes em que ela aconteceu.
Abraço,
At 4:16 da tarde, Ricardo said…
Armando,
Eu defendo que hajam consequências após a confirmação final que houve um logro para empurrar o país unilateralmente para uma intervenção militar mas não defendo uma retirada. Isso seria deixar tudo num caos...
Abraço,
At 5:06 da tarde, Marsupilami said…
É inacreditável que ninguém fale de nada... Apenas uma notícia pequena, metida lá pró meio como não tendo importância nenhuma! O que é isto afinal???? Onde vamos parar???? Isto é do mais grave que já vi, e ninguém diz nada.... incrível...
Incluí o link para o teu texto num texto que também fiz acerca desta noticia caro Ricardo. Espero nao ter abusado da sua boa vontade...
At 10:42 da tarde, Bruno Gouveia Gonçalves said…
Caro Ricardo,
Não foi uma crítica. Teria sido uma crítica, se achasse o post semelhante ao do Miguel Frasquilho... :)
Não era para levares muito a sério o comentário. É uma realidade que a eurodeputada Ana Gomes adora se debruçar sobre o tema, apenas por isso disse aquilo.
Mas concordo contigo, quando dizes que observas um silêncio sepulcral nos blogues e que se devem retirar consequências destes actos. Todavia, não é dos meus temas preferidos, apena isso.
Abraço
Enviar um comentário
<< Home