Filho do 25 de Abril

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sexta-feira, fevereiro 03, 2006

768. A razão porque os EUA precisam da UE no caso Irão


Défice Federal EUA

Desta vez - no caso do Irão - não vai haver intervenções unilaterais - a menos que só sejam intervenções de bombardeamento selectivo - simplesmente porque os EUA não possuem a capacidade financeira para a fazer. Explica-se assim porque é que a Administração Bush está a dar protagonismo e a tentar envolver os países da UE. Simplesmente a haver uma intervenção mais alargada só é possível com o financiamento da comunidade internacional. Explica-se também assim a atitude de desafio por parte do Irão, conscientes que a capacidade orçamental e a opinião pública americana não dão grande espaço de manobra à Administração Bush.

Por isso eu sempre referi que, até para os EUA, iniciar uma guerra com pressupostos falsos, como o fez no Iraque, ia limitar a sua acção diplomática e militar por bastante tempo. Só espero que desta crise diplomática surja uma solução razoável até porque, como já referi anteriormente, a política externa nas questões da energia atómica está cravejada de hipocrisia.

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7 Comments:

  • At 5:49 da tarde, Blogger armando s. sousa said…

    Como dizes a política mundial em relação à energia atómica está cravejada de hipocrisia, porque uns países têm direito a enriquecer urânio com fins militares ou não e a outros, é-lhe vedada qualquer uma das possibilidades.
    No entanto, no caso do Irão, sou a favor, de lhe meter travão, porque se o Irão tiver acesso a armas nucleares, é quase certo que teremos uma guerra nuclear!
    Um abraço e bom fim de semana.inimagináveis.

     
  • At 6:10 da tarde, Blogger Ricardo said…

    Caro Armando,

    Eu também sou contra que o Irão disponha de armas nucleares mas que tipo de argumentos tem o mundo ocidental para o impedir?

    Recordo que, ainda recentemente, a França ameaçou utilizá-las! Com que legitimidade?

    Afinal quem pode ou não pode ter armas nucleares: a Índia? o Paquistão? a Coreia do Norte? Israel?

    Este caso é preocupante e vão surgior novos casos mas ou a comunidade internacional começa a racionalizar o problema e faz um desarmamento global ou as bases diplomáticas deste tipo de exigências é muito frágil!

    Abraço,

     
  • At 7:20 da tarde, Blogger Unknown said…

    Caro Ricardo,

    Excepto a África do Sul de Mandela que destruíu o armamento nuclear herdado do appartheid, não há nenhum país que não anseie por ter uma bomba atómica.
    A bomba atómica é o melhor dos seguros de vida e o que aconteceu desde a queda do muro de Berlim mostra que seguros de vida são necessários.
    O criminoso desmantelamento da ex-Juguslávia, promovido pela União Europeia que acabou por arrastar também os Estados Unidos fio o abrir uma corrida à bomba atómica, corrida essa reforçada pela brutalidade com que se tratou o Iraque que não tinha bomba e com o carinho com que se trata a Coreia do Norte que a tem.
    Não sei mesmo se a África do Sul já se arrependeu de ter desmantelado o seu arsenal nuclear...
    Não há saída para esta situação.
    Actualmente têm bombas atómicas:
    EUA, UK, França, Rússia, China, Índia, Paquistão e Israel.
    Irão e outros países poderão tê-la a médio ou mesmo curto prazo.
    Provavelmente não irá acontecer nada de trágico, o que irá acontecer é que se dará primazia às relações diplomáticas e não à política da canhonheira...
    Não se ameaça impunemente um país que pode ripostar com armas nucleares...

    Um abraço

     
  • At 3:37 da tarde, Blogger H. Sousa said…

    Desde Julho passado que vaticinei que o próximo país a ser invadido era o Irão. A razão é simples, nem sequer é por causa da bomba atómica. Petróleo.

     
  • At 3:15 da tarde, Blogger Politikus said…

    O melhor será os EUA estarem quietinhos, não vá o diabo tece-las o Irão, não é o Iraque. Ali não se brinca ao Vietnam

     
  • At 8:56 da tarde, Blogger H. Sousa said…

    http://www.globalresearch.ca/index.php?context=viewArticle&code=%20EN20060129&articleId=1841

    Sobre a próxima guerra no Irão.

     
  • At 9:44 da tarde, Blogger Ricardo said…

    Henrique,

    Este excerto do texto:

    "With 140,000 troops tied down in Iraq, the US military physically cannot support another invasion and occupation in yet another country, let alone Iran.

    Because of Iran's size, a ground invasion may require twice as many troops as in Iraq, says Richard Russell, a Middle East specialist at the National Defense University in Washington. While an air campaign could take out Iran's air defenses, it could also trigger terrorism and oil disruptions. Washington is internally split over the issue of a successful nuclear strike against Iran,"

    vai ao encontro do meu ponto de vista. Os EUA estão com as mãos atadas e só um largo consenso internacional ou uma precipitação grave do Irão, na minha opinião, pode mudar este panorama.

    Vamos assistir a este caso com profunda expectativa porque a sua solução (ou agravamento) vai ter contornos que ainda não são claros. Mas cai por terra, definitivamente, a política ocidental no Médio Oriente pois, após os grotescos erros dos últimos anos, as sociedades ocidentais estão de mãos atadas e com mais a perder do que nunca.

    Abraço,

     

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