Filho do 25 de Abril

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sábado, julho 01, 2006

872. Mundial 2006: Portugal 0 - Inglaterra 0 (3-1)


Cristiano Ronaldo a marcar o golo decisivo

Mais um jogo sofrível e sofrido mas com mais um final feliz.

Não sou defensor da teoria que os nacionalismos devam ser potenciados com acontecimentos desportivos e confesso que não sou adepto do fenómeno das bandeiras. Mas fico sempre feliz com as vitórias da nossa selecção. Mas as nossas derrotas e vitórias no futebol não "diminuem" ou "engrandecem" a nação, simplesmente perdemos ou ganhamos um jogo de futebol, nada mais. A moda de acusar quem critica uma selecção de anti-nacionalistas, frustrados, mesquinhos ou invejosos - como Manuel Alegre fez ainda a semana passada - é completamente descabida. Eu elogio a selecção quando joga bem ou atinge um objectivo como critico quando não o faz e isso não mede o meu grau de patriotismo. Cada qual com a sua sentença mas isso não me faz mudar a minha opinião sobre a importância do futebol, ou seja, é um espectáculo que gosto de assistir e nada mais.

Por falar em bandeiras hoje a Madeira comemorou o dia da região e o Governo Regional mandou distribuir 80 mil bandeiras - sim, 80 mil - regionais e editou um conjunto de 12 livros - sim, 12 livros - com fotografias das inúmeras inaugurações de Alberto João Jardim. Estas bandeiras, ironicamente, foram feitas pelos mesmos cidadãos - da República Popular da China - que Jardim visava nesta declaração: "É mesmo bom que eles vejam porque não os quero aqui". Realmente a vida tem destas ironias, inconsequentes mas simbólicas. Tenho curiosidade em saber se, em dia de fervor nacionalista - feliz ou infelizmente - por causa do futebol, que bandeiras andaram a ser exibidas pelas ruas da Região Autónoma da Madeira no dia de hoje. Se a tudo isto juntarmos que a comemoração foi vedada à oposição (AJJ declarou não ter "obrigação de aturar a pseudo-esquerda") e que a Fama (a organização que sucedeu a Flama, responsável por actos separatistas até 1978) foi distinguida com o Cordão Autonómico de Distinção então fica completo o ramalhete de surrealismo que vive imersa a vida política e cívica da RAM.

7 Comments:

  • At 7:41 da tarde, Blogger Rui Martins said…

    jardim manda na madeira com o mesmo estilo com que kim jong il governa a coreia do norte. O culto de personalidade, a supressão da opinião contrária, o combate aos mecanismos que potenciam a democracia e a livre expressão... tudo está lá, mas em menor grau...

    até quando é que o povo d Madeira se vai deixar enganar pelo seu régulo eleito?

    até que ele desista de se candidatar?

     
  • At 8:58 da tarde, Blogger Ricardo said…

    Rui,

    Quanto ao primeiro parágrafo, concordo com a tua análise mas não em grau uma vez que estamos longe dum regime semelhante ao da Coreia do Norte. No resto de acordo.

    Vou responder à primeira pergunta. Ninguém está a ser enganado, ou seja, há razões objectivas para que uma maioria de pessoas vote AJJ, o que já expliquei e que posso voltar a fazê-lo no futuro. A grande questão é que quando uma maioria elege os seus representantes a "minoria" que não votou num partido vencedor tem que continuar a ter os mesmos direitos (liberdade de expressão, etc) independentemente da posição ideológica ou afinidade partidária. E é isso que eu coloco em questão, ou seja, se há uma plena garantia da livre expressão de pensamentos e críticas e oportunidades iguais aos alinhados e aos desalinhados com o Governo Regional na Madeira.

    Já os fenómenos de exaltação dos regionalismos e da personalidade de AJJ tenhoa as mais sérias dúvidas que tenham uma representativa aceitação entre a população. Na minha humilde opinião é um desperdício inacreditável de recursos da região.

    Abraço,

     
  • At 1:25 da manhã, Blogger Kaotica said…

    Olha, li o teu post e partilho do teu sentimento e da tua razão. É uma emoção ver os atletas do meu país a marcarem golos, a vencer a Inglaterra e a defenderem penalties. Mas por detrás está outra coisa: este pequenino país, tão mesquinho, tão fraco de espírito, tão humilhado pelos seus próprios cidadãos; misturar nacionalismo com futebol, está provado, não é compatível. Fiquei feliz de ver Portugal ganhar mas quando abrir o rádio e ouvir o que têm para dizer voltarei a sentir esta melancolia. Como tu, também sou uma filha de Abril!Abraço!

     
  • At 1:29 da manhã, Blogger Kaotica said…

    Outra: lembraste no Euro as bandeiras de Portugal com pagodes que os chineses fabricavam? Diz tudo sobre o que é a globalização. Agora a Madeira é que é mesmo um autêntico pagode com o Buda Jardim a engordar e a dizer bacoradas. Um verdadeiro caso de triunfo dos porcos!

     
  • At 11:53 da manhã, Blogger Barão da Tróia II said…

    Olha, perante a clareza do teu post estou sem palavras, juro que não é desfastio é pura anuência, triste é constatar ajusteza de tudo o que dizes, exceptop claro está a vitória sobre os bifes. Boa semana

     
  • At 11:50 da manhã, Blogger Observador said…

    A Madeira é um Jardim e, infelizmente, é do Jardim...
    O problema é que a democracia não é a ditadura da maioria, a democracia é o respeito pelas minorias e, com esta definição, o AJJ de nenhuma forma é um democrata...

     
  • At 12:54 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    O problema de vocês senhores alfacinhas é que:

    1.º Não o entedem o que a Autonomia
    2.º Só sabem dizer bem da Madeira quando lá vão pastar o vossos cus para ver o fogo de artíficio.
    3.º Se Alberto João Jardim está no poder é porque o povo tem memória (ao contrário do que se diz) e sabe como o Madeira era à 30 anos e o que ela é hoje graças a Alberto João Jardim.
    4.º (e último) a Autonomia foi aporovoda na AR por aclamação (votação a favor foi unanime). Se têm inveja não tivessem dito não ao referendo.

     

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