Filho do 25 de Abril

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quinta-feira, maio 10, 2007

1138. Helena Roseta


Desde já congratulo Helena Roseta pela sua decisão de concorrer à Câmara Municipal de Lisboa. Apesar disso é com pena que a vejo abandonar o Partido Socialista (PS). O PS sempre soube viver com diferentes facções dentro do próprio partido e não é novidade para ninguém que há uma esquerda dentro do PS que tem um entendimento das funções do Estado mais tradicional e outra que, sem deixar de ser esquerda na sua essência, quer retirar da sua influência directa algumas funções que podem ser exercidas pelo sector privado sem prejuízo de objectivos sociais, como o sector empresarial do Estado. Sem prejuízo de me rever mais nesta segunda linha de pensamento acho que o PS pode conviver de forma saudável com estas duas visões da sociedade já que são complementares e, dependendo do contexto, podem ser defensáveis soluções diferentes para problemas iguais. Nem os militantes do PS devem encravar as mudanças ideológicas que a direcção do PS sufragou na sua moção nem a direcção do PS pode excluir as várias sensibilidades do constante debate de ideias que torna um partido forte e útil para a sociedade.

Posto isto, repito, é com pena que vejo sair Helena Roseta do PS e considero que este fica mais pobre. É com ainda mais pena que vejo alguns sinais precoces do que foi a pior face do Cavaquismo para o PSD (e para o país) no PS, um autismo em relação às várias sensibilidades ideológicas, um culto ao líder exagerado e pouco espaço para a discussão interna. Que esta saída sirva de sinal e, mais importante, que Helena Roseta continue a estar disponível para o combate político e para a defesa duma esquerda tolerante e aberta à discussão de ideias.

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5 Comments:

  • At 6:07 da tarde, Blogger Nuno Raimundo said…

    Se votasse em Lisboa, para já pelo que vi de candidatos, votaria com todo o agrado em Helena Oseta.
    Pois apesar de não comentar a sua saída do partido ao qual pertenceu vários anos, e que considero uma perca para o mesmo. A mesma é uma decisão pessoal e como tal pertence á propria.
    Mas gosto de ver que cada vez mais os movimentos de cidadania a complementar a ação politica dos partidos. Gosto dela por ter uma certa empatia com a senhora, e saber que ela tem experiência autárquica o suficiente para por Lisboa na ordem. Falta saber quem a auxiliará nesse sentido e quem participará na sua lista e campanhã. Se eu pudesse, já tinha ganho.
    Abraços Profanos

     
  • At 10:41 da tarde, Blogger Graza said…

    Escolhemos a mesma imagem por acaso, no mesmo dia em que descobri que me havia incluido nos seus links permanentes. Retribuo com gosto.

    Comungo de tudo quanto disse aqui, porque também em consciência não podia deixar de estar com Helena Roseta.

     
  • At 3:34 da tarde, Blogger José Leite said…

    Helena Roseta é, sem favor, um ícone da democracia, uma personalidade forte, marcante, com visão estratégica q.b. para ser considerada uma líder na plena acepção do termo.

    Como arquitecat é um exemplo a seguir: pedagogia, ética, deontologia, são atributos que se quadram com a sua postura cívica.

    Mas... e há sempre uma "mas" nestas coisas... o seu "voluntarismo" foi prematuro; vai ser (se não arrepiar caminho) a Pintassilgo de Sócrates... irá fracturar as hostes socialistas, sem dúvida. Julgo que deveria ter um pouco mais de prudência e de paciência; será que irá até ao fim?

    A ver vamos...

     
  • At 11:44 da manhã, Blogger Samir Machel said…

    Roseta é uma mulher de princípios. Esteve no PSD no pós-25 de Abril. Com a viragem a direita dos tempos, passou para o PS. Ontem encontrava-se a esquerda do PS.

    Efeito dos tempos?

     
  • At 12:36 da manhã, Blogger Unknown said…

    É com grande prazer e alegria que vejo Helena Roseta avançar com a candidatura à Câmara de Lisboa. Os movimentos de cidadania devem cada vez mais agir e ser uma lufada de ar fresco a esta politica bafienta, viciada, corrupta e de sorriso amarelo e cínico, da qual o actual primeiro ministro é o rosto mais visível.

     

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