(54) Decapitação
Acabei de ver o vídeo da decapitação do cidadão Americano morto no Iraque. Estou chocado, perplexo, sei lá! Não consigo atingir a utilidade de tal encenação de terror. Não cria nenhum tipo de empatia com as populações ocidentais, não passa nenhuma mensagem construtiva, apenas cria um sentido de maior urgência na mudança da situação.
Os fanatismos (ou extremismos) de qualquer espécie são indefensáveis. Os extremos voltaram à ordem do dia. Ou talvez estivessem sempre presentes. Talvez o Terrorismo apenas nos tenha lembrado que a violência estava espalhada pelo mundo.
Como será que uma pessoa que faz uma decapitação a sangue frio pensa? Eu não acredito na maldade no seu sentido mais puro. Há pessoas com vários níveis de cinzento, condicionadas geneticamente e pelo meio que as rodea. O processo de desinformação e deturpação da realidade que leva uma pessoa a cometer estas atrocidades tem de ser muito intenso, muito enraizado.
Compreendo aqueles que defendem que com estas pessoas é impossível negociar, estão perdidas do contexto do mundo para sempre. Mas isso não deve impedir que o foco da luta contra o Terrorismo seja evitar que surjam mais pessoas assim, o resto do combate é acessório. É um combate de longo prazo, geracional. A luta no aspecto militar é um acessório, não a batalha principal.
Vamos tentar salvar as gerações futuras porque senão corremos o risco de haver um efeito exponencial deste tipo de fenómenos. A ordem mundial do pós 2ª Guerra Mundial está obsoleta mas trouxe um conjunto de valores que não podem ser desprezados agora. Se o forem, seja em que situação, dará a vitória aqueles que já estão aquém da salvação. Talvez tenhamos todos de dar um passo atrás e promover um Desenvolvimento mais lento mas mais equilibrado para podermos deixar aos nossos filhos uma paz duradoura.
Moral da História: Parece uma fatalidade que todos os séculos, após um período de estabilidade, o homem tenha de repetir os erros do passado para voltar-se a lembrar de como atingiu essa estabilidade. A memória é mesmo curta... Mas por vezes das cinzas nascem sociedades mais justas. Quem viver, verá!
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