(343) Sala de Cinema – FantasPorto 2005: Natural City, de Byung-chun Min
O Fantasporto é uma oportunidade única de acompanhar as tendências do cinema internacional não norte americano. Passam por este festival muitos filmes que não estream no circuito comercial. Muitos deles não são cinema fantástico. Há espaço para cinema de autor, para o lançamento de novos realizadores, para filmes de baixo orçamento e para cinema de todos os cantos do globo. Adicionalmente permite assistir aos filmes com um ambiente refrescante com figurantes, convidados, exposições, música e muitos aplausos.
Mas a realidade é que esta opção também pode ser arriscada para o espectador. Não há filtros entre o filme e o público o que pode ser bom (os críticos portugueses são muito conservadores nas suas opções cinéfilas) mas que também pode ter um lado perverso e ser uma penosa experiência para quem assiste aos filmes. É o caso deste filme Sul Coreano realizado por Byung-chun Min. Não deve ter sido indiferente para este realizador, que esteve presente na exibição do filme, a reacção “fria” ao seu filme. Nos últimos anos a internacionalização do “Fantas” tem como lado negativo a imprevisibilidade da qualidade dos filmes. Mesmo assim acho a opção legítima e defensável.
Natural City vai beber a sua inspiração a filmes como Blade Runner e aí está o seu calcanhar de Aquiles. Quando se faz uma “cópia” (ou pelo menos uma revisitação) corre-se sempre o risco de haver uma comparação com o original. E é aí que o filme perde em toda a linha. No ambiente, nos intérpretes, nos efeitos, na realização, no argumento e por aí fora. A história de amor que sustenta o filme é desinteressante e por vezes o filme é por demais desconexo. Mesmo as cenas de acção são confusas e de qualidade duvidosa. De qualquer forma é um filme que está bem inserido num festival com as características destes e não critico a organização pela escolha do filme para fazer parte da programação do “Fantas”.
Nota Final: A dupla legendagem adoptada é um erro. Para já de sincronização e até de tom e depois porque não vale a pena ter legendas portuguesas só por ter quando estas não têm o mínimo de qualidade.
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