Filho do 25 de Abril

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quarta-feira, março 23, 2005

(369) José Manuel Fernandes no seu estilo inconfundível

José Manuel Fernandes, Director do Público, continua a produzir declarações de muito pouco rigor:

"Mas outra parte da derrapagem já é atribuível a escolhas deste Governo, em especial a imoralidade de manter sem portagens as SCUT"

Pode-se concordar ou não com as SCUT (a minha opinião já foi dada por várias vezes) mas porque raio há-de ser imoral? É imoral o que a Espanha faz? É imoral optar por um desenvolvimento equilibrado do país? Será também imoral, segundo JMF, construir uma estrada secundária, uma ponte, um túnel, um viaduto e não cobrar portagem? O utilizador pagador é moralmente correcto nas auto estradas e é imoral no resto? E é moralmente correcto incluir o desmantelamento das SCUT como uma receita extraordinária no Orçamento de 2005?

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"... é irrealista contar, como meio de conter a despesa, com a admissão de apenas um funcionário público por cada dois que saírem (...). Menos 75 mil funcionários no activo e mais 150 mil na reforma (menos os que forem morrendo) dá mais despesa pública, não mais poupança..."

O que será que JMF entende por contenção? Contenção não é um truque de mágica onde a despesa desaparece mas sim uma forma para que a despesa cresça a ritmos menores. Há uma falha intrínseca neste raciocínio. Os funcionários não iam reformar-se na mesma? Esta medida pode conter o crescimento da despesa pública ficando como única dúvida em que medida vai afectar a qualidade dos serviços públicos. E é ou não verdade que, apesar do aumento da esperança média de vida, o número de pessoas que se reforma (sem haver reformas antecipadas) em proporção das pessoas que morrem num determinado ano será sempre menor que dois para um? E é verdade ou mentira que uma política deste tipo gera menos despesa pública a médio prazo (daqui a x anos o número de reformados pela Caixa Geral de Aposentações tende a diminuir)? Como será que JMF pretende conter então a despesa pública?