445. O EURO e o Risco Cambial
Com a entrada do EURO nas nossas vidas também desapareceu, entre os países aderentes, o Risco Cambial. Este “palavrão” económico não representa mais que a incerteza em relação a variações futuras da taxa de câmbio. Por exemplo, se uma empresa francesa utilizava um preço de venda dum determinado produto e havia uma empresa nacional interessada em comprar esse produto era feita uma encomenda com uma data de entrega e era acordado um preço em francos. Se na data de entrega o franco tivesse sofrido uma apreciação face ao escudo a empresa nacional poderia sofrer grandes prejuízos. O inverso também é verdade, isto é, se o franco depreciasse a empresa nacional teria receitas extraordinárias. Para evitar estes “sustos” as empresas recorriam frequentemente a instituições financeiras para cobrir o risco, ou seja, funcionava como um “seguro”. Então, no fim, as empresas pagavam as taxas de conversão da moeda e, adicionalmente, os serviços de cobertura de risco às instituições financeiras. Com o EURO estas taxas e serviços deixaram de ser necessárias sobrando apenas as taxas (que já existiam) de transferência de dinheiro.
O fim do Risco Cambial nas operações comunitárias torna as operações mais eficientes mas isso não significa que as vantagens sejam claras quando olhamos para um país em particular. Países com Balanças Comerciais desequilibradas, ou seja, com mais incidência de importações que exportações tendem a ter mais dificuldades num mercado com trocas mais eficientes. Note-se que haver mais segurança e menos custos nas transacções não é sinónimo de melhoria da Balança Comercial porque se esta está inicialmente desequilibrada é natural que as importações cresçam mais depressa que as exportações num período inicial de aumento de trocas comerciais. Globalmente há vantagens mas há um enorme choque nas economias pouco competitivas. Não defendo mecanismos de compensação artificiais mas há que criar condições para que a coesão seja uma realidade porque senão os ganhos de eficiência são mal distribuídos.
O fim do Risco Cambial significa que hoje há um preço fixo e conhecido em relação a uma operação futura . Significa que as trocas comerciais são mais seguras, menos sujeitas a especulação, que há mais confiança e taxas muito (mas muito) menores. Isto tudo com menos brurocracia. O “senão” é que não é de menosprezar. As economias menos produtivas tendem a cavar mais fundo o fosso entre importações e exportações enquanto não criarem condições de competitividade. Mas como os ganhos globais são positivos (e isso é indiscutível) eu considero possível, com um esforço de coesão, que todos ganhem.
Nota: O EURO tem outras vantagens e desvantagens. Mas este post é dedicado unicamente ao Risco Cambial.
26 Comments:
At 2:17 da manhã, Unknown said…
Ai Ricardo, Ricardo, agora alinhas na propaganda rasca da UE? Francamente.
O Euro só teria eliminado o risco cambial entre os países da zona Euro. Portanto só eliminou o risco cambial no comércio com uma pequena parte do Mundo, a Eurolândia, com o resto do Mundo não. Olhando para trás até o aumentou, as variações têm sido maiores do que antes da existência do Euro.
Depois a eliminação deste risco segundo artigos que eu já li da própria Comissão Europeia não é uma vantagem assim tão grande.
O que se pode facilmente verificar pois desde que o Euro entrou em acção e dentro da União Europeia, os países que não aderiram ao Euro até estão melhores do que aqueles que aderiram. Isto, na tua óptica é inexplicável!
Depois o Euro prejudica as economias mais fracas como a nossa aprofundando o endividamento externo, o deficit da balança comercial, etc.
Estes problemas podem originar a diminuição do rating da república o que, só por si, faz esfumar todas as hipotéticas vantagens da eliminação do risco cambial.
Ricardo, tens de largar este tipo de propaganda barata e passares a aprofundar melhor os problemas.
Termino com duas observações sobre o teu texto:
"As economias menos produtivas tendem a cavar mais fundo o fosso entre importações e exportações enquanto não criarem condições de competitividade."
E, já te ocorreu que o Euro cava este fosso e simultaneamente dificulta a criação das tais condições de competitividade? Nem ao menos no plano das hipóteses de trabalho consideras que isto pode acontecer?
"Mas como os ganhos globais são positivos (e isso é indiscutível) eu considero possível, com um esforço de coesão, que todos ganhem."
Indiscutível? O quê? Que houve ganhos globais? Para quêm? Para Portugal não foi certamente!
Ahhh, e não me venhas com a ladaínha do costume, de que se não os houve foi devido à nossa incapacidade genética, vulgo estupidez.
Acho também curioso que venhas com essa do esforço de coesão. Tocas num ponto muito importante. Segundo as teorias do Mundell (o chamado Pai do Euro), o esforço de coesão é fundamental. todos ganhariam com a moeda única mas, a moeda única provoca desiquilibrios, desiquilibrios esses que seriam corrigidos por um orçamento central forte que procedesse à coesão, isto é, os que ganham mais contribuiriam para aguentar os que ganham menos no interesse de todos mesmo dos que ganham mais.
Esse esforço de coesão implicaria um orçamento central (da União Europeia) para aí umas dez vezes superior ao actual... como acontece nos Estados Unidos!
Ora, como não existe nem Nação europeia nem Opinião Pública europeia nem nada, contribuições desta ordem para um orçamento central estão totalmente fora de causa.
Conclusão, no Euro, nóa, portugueses, estaremos sempre, sempre, a ser prejudicados.
É necessário termos consciência disto para resolver este problema (dentro ou fora do Euro) e textos de propaganda barata como o teu só ajudam a adiar esta tomada de consciência.
At 12:32 da tarde, Ricardo said…
Viva,
Eu não sei porque insistes na propaganda uma vez que ou não leste o que escrevi (porque admite que o EURO, neste ponto, nem é positivo para economias como Portugal) ou não sabes que unicamente apliquei conceitos económincos e não me basiei em nenhum artigo escrito. Mas muito gostas de insistir na propaganda...
"Portanto só eliminou o risco cambial no comércio com uma pequena parte do Mundo, a Eurolândia, com o resto do Mundo não."
Onde é que eu disse o contrário?
"O que se pode facilmente verificar pois desde que o Euro entrou em acção e dentro da União Europeia, os países que não aderiram ao Euro até estão melhores do que aqueles que aderiram. Isto, na tua óptica é inexplicável!"
Da próxima vez é melhor leres as letras pequeninas. Uma vez que não estou a fazer uma análise global do impacto do EURO não percebo porque é que as conclusões que tirei tornam essa "evidência" inexplicável na minha óptica.
"Depois o Euro prejudica as economias mais fracas como a nossa aprofundando o endividamento externo, o deficit da balança comercial, etc."
Não foi isso que escrevi?
"Ricardo, tens de largar este tipo de propaganda barata e passares a aprofundar melhor os problemas."
Raio, tens que largar esse ódio a tudo o que te parece soprar como elogioso em relação à UE e leres melhor o que escrevo. É que se leres poupas 3 a 4 parágrafos de críticas uma vez que criticas o que eu não escrevi e usas os argumentos que eu usei (eu escrevi que aumnetava o déficit comercial, eu escrevi que prejudicava as economias menos competitivas e criticas-me por não o ter escrito). Da próxima quando leres melhor o que comentas pode ser que até chegues à conclusão que não sou permeável a propaganda barata nem deixo de aprofundar, dentro do possível num blogue, os temas que escrevo. Tento é evitar ler os textos na diagonal...
P.S. Tenho alguma dificuldade em gostar de trocar impressões (que são fundamentais em qualquer tema) quando o meu interlocutor compara sempre os meus textos a propaganda barata (mas para desmontá-la usa os argumentos que estão escritos no texto) ou as minhas propostas ás propostas do antigo regime. Caro "blogamigo", agradecia um pouco mais de calma a discutir estes temas porque quando escrevi este artigo, usando as noções económicas que aprendi, depressa cheguei à conclusão que economias com as características da portuguesa tem dificuldades em lidar com economias muito abertas e trocas eficientes. E foi isso que escrevi ... isto é, que ia haver uma degradação dos índices económicos neste país. Mas, mesmo assim, não deve ter muita validade uma vez que é propaganda barata...
At 2:50 da tarde, Anónimo said…
continuem;)
At 5:29 da tarde, Unknown said…
Ricardo,
Li o que escrevestes sim senhor.
Proteges a tua credibilidade técnica com alguns senões mas globalmente o artigo é que o Euro é coisa boa, as tais vantagens indiscutíveis.
Dizes que o euro elimina o risco cambial na zona Euro, sim senhor. Eu sublinho que só o eliminou na zona euro e o aumentou fora da zona Euro. Este pormenor é importante pois tem muitas consequências. Uma é, por exemplo, reforçar o comércio dentro da zona Euro, em que o risco cambial é menor em detrimento do resto do mundo isolando-nos portanto. No fim o Euro torna-nos ainda mais sós.
É que o teu artigo desagradou-me profundamente. Lido na diagonal, como quase toda a gente faz, é um elogio à adesão à moeda única mas, lido em pormenor estão lá alguns alertas.
O que parece, não sei se foi o objectivo nem acho que seja importante sabe-lo, é que estamos em presença de alguém que quer elogiar uma medida má, que sabe que é má mas não se quer comprometer.
Desculpa-me se não foi essa a tua intenção mas é o que transparece do teu artigo...
"Caro "blogamigo", agradecia um pouco mais de calma a discutir estes temas porque quando escrevi este artigo, usando as noções económicas que aprendi, depressa cheguei à conclusão que economias com as características da portuguesa tem dificuldades em lidar com economias muito abertas e trocas eficientes."
Dou-te os parabéns por escreveres isto.
A conclusão a tirar, e que eu desde o princípio o fiz, é que a adesão de Portugal à moeda única foi um erro.
Mas, há pior, estar na UE sem moeda única também é complicado como ingleses, dinamarqueses e suecos já perceberam. Os países da Eurolândia decidem entre si e depois, quando se reunem com os restantes é só dizer, já decidimos, é pegar ou largar.
Isto coloca em causa a adesão à UE, como é evidente.
Por outras palavras, acho que o teu raciocínio está certo mas que opções ideológicas impedem que tires as óbvias conclusões.
Um abraço e não te zangues, não vale a pena...
At 7:17 da tarde, Ricardo said…
Lazuli e Guadalupe...
Isso, gozem, hehe!
Fiquem bem!
At 7:26 da tarde, Ricardo said…
Raio...
Quero esclarecer um ponto! Eu não me zango, a questão não é essa! O problema que eu sazonalmente tenho contigo é a facilidade com que tomas todos os que têem opiniões contrárias às tuas como vítimas de propaganda e apoiantes de medidas que fazem lembrar o antigo regime. Se por vezes a tua argumentação tem lógica, noutras é a dos outros que tem. A UE e o EURO podem e devem ser criticadas mas nem tudo são rosas nem tudo são espinhos.
Tu dás-me os parabéns por ter feito no comentário uma crítica ao EURO em relação a Portugal. Isso já estava no texto principal. Eu refiro pelo menos duas vezes que para economias como a portuguesa o EURO não oferece vantagens. Ou andas distraído ou o mais importante para ti é criticar a UE a todo o custo ou criar discussões desnecessárias.
Quanto ao EURO eu já escrevi até no teu blogue que defendia que Portugal não tivesse entrado na primeira fase enquanto não fizesse uma rela coesão e não uma em que artificialmente alterou os números para aderir. Isso não é novidade. O que tu não consegues entender ou não queres entender é que Portugal está com um atraso estrutural de competitividade que dura há décadas e que num mundo global como o de hoje, com ou sem UE, com ou sem EURO, ia estar numa encruzilhada hoje de qualquer maneira. Tu achas que Portugal mesmo que saia da UE e do EURO consegue competir seriamente com alguns produtos que é cada vez mais permeável? Basta ir a um hipermercado e constatar isso ou será que estás disposto a pagar o dobro para comprares português?
Abraço,
At 1:01 da manhã, Unknown said…
Ricardo,
" facilidade com que tomas todos os que têem opiniões contrárias às tuas como vítimas de propaganda"
Admito que tenhas razão. Isso poderia revelar que combato os apoiantes do Euro com as mesmas armas o que não é abonatório para mim. Tentarei ter mais cuidado.
"O que tu não consegues entender ou não queres entender é que Portugal está com um atraso estrutural de competitividade que dura há décadas"
Claro que concordo. Mas também sublinho que o afastamento da competitividade portuguesa em relação à média europeia tem piorado desde que Portugal entrou para o Euro.
"que num mundo global como o de hoje, com ou sem UE, com ou sem EURO, ia estar numa encruzilhada hoje de qualquer maneira."
Claro, mas se não estivesse no Euro tinha à sua disposição mais intrumentos de sobrevivência.
"Basta ir a um hipermercado e constatar isso ou será que estás disposto a pagar o dobro para comprares português?"
Depende, se ganhar três vezes mais não me importo.
Mas isto tudo falha o verdadeiro problema que é:
a) Os nossos políticos embarcaram Portugal numa experiência politico-económica que nos está a destruir;
b) Torna-se evidente que prosseguir nesta experiência é a condenação certa à extinção do país;
c) Tentar aprofundar a experiência é um caminho sem nenhuma garantia de sucesso, antes pelo contrário;
d) A única saída lógica é dar um golpe de rins e renegociar os Tratados (já são pelo menos quatro) com a União Europeia.
O Primeiro Ministro de Portugal que o faça tem o lugar garantido na História.
At 1:23 da manhã, Anónimo said…
Se V. Ex.cias me permitem uma modesta e pouco técnica opinião, o problema português reside no seguinte: somos um povo constituído por uma pequena classe de novos-ricos, muitos pelintras que se querem dar ares de não o serem e a plebe. Os novos-ricos, os que ocupam o poder, esbanjam consigo e em obras de fachada e criam o défice. Andam a mando dos empresários que são os verdadeiros ricos e que, pelo contrário, têm lucros fabulosos - Banca, Seguros, Sonae e pouco mais. Com Euro ou sem ele, se não fossem os novos-ricos a mandar, estaríamos bem melhor.
At 1:49 da manhã, Anónimo said…
A política neoliberal - globalização - defende a abertura das economias: todos os povos devem ter oportunidade de produzir e consumir os mesmos produtos! Lindo! Uma política muito humanista!
Os EUA (conjuntamente com a sua "mãezinha" - Inglaterra) foram os mentores e têm sido os grandes impulsionadores desta nova política económica. Certo é que os EUA (e o Japão) continuam a proteger as suas indústrias nascentes!
Abertura, abertura, mas as que já têm um certo grau de competividade fazem com que as recém criadas não atinjam a maioridade!
Portugal há-de conseguir a tão desejável competividade, quando o nível de salários se equiparar ao dos países do Leste ou ao da Índia!
Com esta nova política, que promove todas as formas de integração económica, o comércio internacional baseia-se nas vantagens absolutas, logo, produz-se onde os custos forem mais baixos. Por isso, Portugal ainda não criou a competividade necessária!
Contudo, com o Euro e a criação do mercado único tornou-se muito mais fácil consumir "os mesmos produtos". É muito compreensível que o défice da B. Comercial se venha a agravar e, deste modo, a dependência comercial aumente e, com ela, as restantes dependências...
As economias que têm conseguido maior crescimento continuam a ter medidas proteccionistas!
At 12:36 da tarde, Ricardo said…
Raio...
Folgo notar que a UE ou os seus defensores não são demonizados neste comentário, hehe
"Mas também sublinho que o afastamento da competitividade portuguesa em relação à média europeia tem piorado desde que Portugal entrou para o Euro."
Este problema pode ter tend~encia para se agravar! É muito cedo para retirar conclusões porque Portugal costuma divergir nas alturas de recessão mas são sinais preocupantes. Nunca, como hoje, estão na ordem do dia os problemas de competitividade da nossa economia. Não te esqueças que aúnica coisa que o EURO faz é tornar as trocas mais eficientes e menos protegidas e se se conirmar o nosso falhanço no EURO também significa que não estaremos preparados, mesmo fora do EURO, a ter uma economia aberta. E isso será mau na mesma, ou até pior nos tempos actuais.
"Claro, mas se não estivesse no Euro tinha à sua disposição mais intrumentos de sobrevivência."
Eu não concordo com isto. Se há algo que se aprende com as políticas cambiais e monetárias é que protecções ou expansões artificiais à custa destas só têem efeitos conjunturais a alto custo. Valorizar ou desvalorizar a moeda (não estou a falar de apreciar ou depreciar) é sempre uma política artificial com grandes custos e mpacto reduzido numa moeda como a nossa. Políticas monetárias expansionistas podem até ser piores para o crescimento a prazo já que alteram os preços e depois estes são rígidos à baixa.
"Depende, se ganhar três vezes mais não me importo."
O problema é que temos que ser realistas e entre comprar fruta a 1€ ao kilo e comprar a 3€ é melhor optar pela primeira, ndependentemente da nacionalidade porque os consumidores ganham. Não vale a pena, com ou sem euro, insistir em produtos em que não somos competitivos e apostar naqueles que trazemos valor acrescentado.
Concordo que os Tratados têem que ser renegociados reforçando a coesão e simplificando os sistemas de votação.
Abraço,
At 12:41 da tarde, Ricardo said…
TNT...
Sem querer apontar o dedo a ninguém julgo que não estaríamos melhor fora do EURO. É a minha convicção...
Mas admito que temos graves problemas para enfrentar com o EURO. Só que acho que fora também teríamos...
Abraço,
At 12:52 da tarde, Ricardo said…
Caro Anónimo...
Concordo que a Globalização tem que ser repensada mas eu não vejo outro rumo nem sei se interessa haver. O que convém haver é entidades que se regulem a nível global. Não pode haver um só bloco político, militar e comercial.
Por isso defendo a UE e por isso sou federalista. No mundo actual é fácil perceber porque precisamos de economias globais. No ambiente, por exemplo, as soluções nacionais tendem a ficar esgotadas porque não éjusto haver diferentes graus de competitividade conforme a quantidade de poluição. Por isso não vejo a globalização com maus olhos mas é preciso haver ou instituições internacionais que tenham poder para regular o mercado (porque a globalização é uma nova forma de liberalismo e eu não sou contra a concorrência desde que regulada) ou vários blocos que consigam criar um equilíbrio de forças.
É a minha opinião que não era bom que o mundo voltasse a ter regras proteccionistas mas também concordo que não pode haver uma globalização sem regras. Aqui está a base de muito do que defendo para Portugal e para a Europa.
Abraço e obrigado pela visita,
At 3:04 da tarde, Anónimo said…
Caro Ricardo,
Como bem sabes, há condições imprescindíveis para se poder falar em economia de mercado, entre elas, destaco a transparência e a existência de muitas unidades do lado da oferta e de muitas do lado da procura. Ora, nem uma nem outra se verificam com o neoliberalismo que, como é bem evidente, nada mais é do que neo-imperialismo!
A Europa também está subordinada ao poder das grandes empresas (multinacionais e transnacionais), os governos estão a perder todo e qualquer poder perante as pressões que aquelas exercem! Aliás, grave é não compreender que, muitas vezes, os governos não passam de títeres ao serviço do grande capital!
Lamento ter uma opinião tão pessimista, mas entendo que a avidez conduzirá todo o planeta a um estado de estreme pobreza!
Quanto à UE, atendendo ao facto do enorme contributo dado pelos EUA para a sua formação, acredito que estes conceberam uma forma muito simples para dominar a Europa em bloco!
Para construir a tão almejada e harmónica "aldeia global" seria necessário uma mudança profunda de mentalidades!
At 7:32 da tarde, Unknown said…
Ricardo,
Peço desculpa mas optei por um longo comentário no meu blog sobre esta discussão que acho extremamente interessante.
(http://cabalas.blogspot.com/2005/06/euroum-tnel-sem-luz-ao-fundo.html)
Um abraço,
At 1:15 da manhã, Anónimo said…
V. Ex.cia não me terá compreendido cabalmente. Apenas disse aquilo que disse: com ou sem Euro, se os governantes não fossem novos-ricos estaríamos muito melhor. Repare nos "investimentos" que foram feitos: Centro Cultural de Belém, Expo 98, pontes e calçadas, estádios de futebol, universidades privadas, empresas para sacar fundos, submarinos, etc... Que investimentos foram feitos a pensar nas gerações futuras?
At 12:59 da tarde, Unknown said…
Meu caro TNT,
Escusas de me tratar por V. Excia, sou só mais um português explorado por Bruxelas.
Compreendi perfeitamente o que dissestes.
Mas o que eu digo é que o que aconteceu é a estratégia da própria UE. A UE não foi feita para nós, nem para mim, nem para ti, nem para o grosso dos milhões de portugueses, a UE foi feita para os tubarões, maisnada.
At 2:41 da tarde, Ricardo said…
Anónimo...
"A Europa também está subordinada ao poder das grandes empresas (multinacionais e transnacionais), os governos estão a perder todo e qualquer poder perante as pressões que aquelas exercem!"
Este fenómeno que aqui descreves também me preocupa. Mas acho que os países isolados duma estratégia "continental" são ainda mais vulneráveis a estes efeitos. Eu não acho que devemos recuar na globalização uma vez que grande parte das sinergias nacionais já estão esgotadas. Devemos é regular essa globalização para criar os tais efeitos de transparência.
"Quanto à UE, atendendo ao facto do enorme contributo dado pelos EUA para a sua formação, acredito que estes conceberam uma forma muito simples para dominar a Europa em bloco!"
Não me revejo nesta opinião. Apesar de aoinda nos faltar alguma (ou muita) acutilância política já conseguimos ter a suficiente ao nível comercial para preocupar os EUA como é patente, por exemplo, na aviação e no aço. Temos é que ter mais peso político e diplomático.
Quanto às mentalidades é melhor nem começar a polémica...
Abraço,
At 2:42 da tarde, Ricardo said…
Raio,
A discussão continua e muito bem no teu blogue!
Abraço,
At 2:47 da tarde, Ricardo said…
TNT,
Concordo que há muitos elefantes brancos onde adoramos afundar dinheiro. Eu acho que a nossa classe política é também responsável, e muito, pela situação em que estamos pela falta de coragem em ter uma estratégia global para o país e segui-la até ao fim.
Nos "elefantes brancos" que referiste queria excluir a Expo 98 (sem deixar de concordar em quase todos os outros, com diferentes graus) que além de ter reabilitado uma área importante e modernizado os pontos de turismo da cidade, trouxe uma nova imagem para o Portugal que podemos ser. E acho que grande parte do investimento tem sido recuperado com o turismo e habitação...
Abraço,
At 3:42 da tarde, Anónimo said…
Ricardo,
Concordo, em absoluto, quando dizes que Portugal já não consegue sobreviver, enquanto economia fechada! Nem Portugal, nem qualquer outro país, o proteccionismo só é permitido e realizado por quem tem poder a nível global!
Tenhamos consciência que vivemos num sistema totalitário! As "maçãs podres" ou os "vírus" que não aceitem "as regras do jogo" sofrem as mais severas sanções! Atingimos o ponto do não retorno...
Contudo, tenhamos esperança, a única qualidade verdadeiramente humana que Pandora não deixou escapar! E, como diz o Zé, «para grandes males, grandes remédios»!
Em Portugal, mais precisamente em Carcavelos, já nos foi dada oportunidade de antever um futuro muito próximo!? Marginais? Ou marginalizados?
At 4:38 da tarde, Ricardo said…
Caro anónimo,
"Concordo, em absoluto, quando dizes que Portugal já não consegue sobreviver, enquanto economia fechada! Nem Portugal, nem qualquer outro país, o proteccionismo só é permitido e realizado por quem tem poder a nível global!"
Este ponto é importante e não vale a pena falar em alternativas que não existem. Há alternativas fora do EURO mas não numa economia fechada, só numa economia aberta. Por isso é que luto para que os europeus tenham como objectivo esse poder a nível global. E acho que individualmente não vamos lá...
O mundo está a ficar demasiado competitivo e frio. Temos que nos adaptar com a consciência que só assim podemos salvar parte do Estado Social e reequilibrar os poderes no mundo.
Sim, antigimos o ponto de não retorno porque o mundo globalizou-se num ápice e vivemos reféns das multinacionais. Por isso é que eu defendo Estados mais fortes para poder contrabalançar o poder empresarial. Para isso defendo uma Europa de ideias e ideais para que os homens que conjunturalmente ocupam o poder não se renderem facilmente aos lobbies. Mas sei que estamos bem longe de atingir essa Europa que sonho.
Mas eu vou lutar por um rumo em que acredito...
At 6:11 da tarde, Anónimo said…
Este blog está a ficar demasiado palavroso e tecnicista, desculpa lá ó Ricardo.Há povo para além dos economistas.
Agora a minha opinião:
1- A marca do tempo actual é a Acelaração.Cada segundo que passa são 2 dos antigos, por tal a globalização é tão avassaladora;
2- A Europa, por razões óbvias, está a ser atacada pelos EEUU(tem muito dinheiro),por África(tem muito trabalho)e pelo Oriente(muitos compradores);
3-A China, os EEUU, e a Europa não têm espaço para crescimento simultãneo neste Mundo;
4-Não podemos nesta Imensa Guerra ser uma aldeia de paz;
5-Precisamos da Europa Unida simplesmente porque somos Europeus,somos a sociedade mais rica e mais justa do globo;
6-A Europa tem que se Unir, tem que aceitar a globalização, MAS TEM QUE FAZER PARTE DELA.Nao pode ficar refêm ou alheada, como a atitude de muitos preconiza;
7-Se estão á espera de Mudanças de Mentalidade, podem esperar;
8-As mentalidades só mudam quando se põe a mão na carteira;
9-Estou cansado de pagar do meu bolso aos agricultores Franceses;
Fica para depois o resto da conversa,já perdi o alinhamento inicial.....
Mas agora vou ser herético:Lembram-se do jogo de futebol com a Seleção de Angola? Em Carcavelos, ontem, era o 10 de Junho.PF, não me chamem racista nem nacionalista.
At 7:06 da tarde, Ricardo said…
C. Indico...
Ser muito "técnico e palavroso" é o defeito dos economistas mas não te enganes, alguns têem coração. ;-)
Concordo que a UE tem que se unir e não pode se alhear da globalização sob pena da crise se agravar ainda mais. Se continuarmos a resistir aos movimentos globais seremos nós que vamos nos atrasar irremediavelmente.
Não sei se somos a sociedade mais rica, mas revejo-me mais na(s)sociedade(s) europeias do que em quaisquer outras.
Quanto à PAC ia dar uma longa conversa...
Admito a existência de "tensões raciais" mas não quero falar do que não sinto. Nem quero extrapolar esses incidentes para algo mais grave. Posso estar a tapar o sol com a peneira mas é a minha maneira de ser.
Abraço,
At 10:34 da tarde, Anónimo said…
Caro Ricardo,
Acho que foi útil a troca de impressões entre os vários intervenientes, todos conscientes dos males principais que nos afectam.
Caro Raio,
O tratamento de V.Ex.cia é a brincar. Mas acho que, se sou obrigado a tratar certos "tios" por V. Ex.cias, há quem mereça mais esse tratamento.
Abraços a todos e, por mim, salto para outro(s) post(s).
At 9:16 da manhã, Ricardo said…
TNT,
Também acho que foi uma troca útil de pontos de vista. Afinal os blogues serevem é para isto...
Abraço,
At 1:03 da manhã, Anónimo said…
Sou leigo na materia mas pergunto.
1-Com escudos seria possivel endividar o pais da mesma maneira?
3-Com escudos como se portariam as importaçoes e as exportaçoes?
4-Recebiamos mais ou menos turistas?
5-O desemprego diminuia ou aumentava?
Obrigado
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