Filho do 25 de Abril

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segunda-feira, junho 27, 2005

469. O Verdadeiro Défice




Numa altura em que todas as atenções estão centradas no défice orçamental estamos a ignorar um défice com efeitos bastante mais perversos, o défice da Balança Comercial. No ano de 2004, segundo o INE, o défice comercial com países fora da UE agravou-se 31,5%. Este agravamento das nossas contas com o exterior explica-se em grande parte com a importação de produtos petrolíferos.

Basta sublinhar que 21,2% das importações com o Resto do Mundo é proveniente de membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)! Isto representa um défice de 1965,6 milhões de euros com a OPEP! Impressionante!

O problema energético não é só português, é europeu. É preciso começar urgentemente a actuar no sentido de diminuir a dependência energética na Europa. No âmbito europeu é possível criar sinergias que quebrem a pressão dos lobbies energéticos para que tudo continue a funcionar com energias não renováveis que provocam grandes emissões de dióxido de carbono. Ninguém actua para resolver problemas ambientais mas quando isso começa a afectar a economia tenho esperança que haja acção rápida. E nunca afectou tanto como agora!

Nota 1: Mesmo excluíndo os produtos petrolíferos o nosso défice comercial com países fora da UE continuava elevado! O nosso crescimento tem que ser baseado nas exportações, não no consumo!

Nota 2: O que será dos países membros da OPEP quando acabar a utilização de petróleo? Um barril de pólvora gigantesco?

5 Comments:

  • At 3:46 da tarde, Blogger Unknown said…

    Ricardo:

    "O problema energético não é só português, é europeu. É preciso começar urgentemente a actuar no sentido de diminuir a dependência energética na Europa."

    Não Ricardo, não Ricardo, só nós é que podemos resolver os nossos problemas, não temos paisinhos, desilude-te. o problema energético é nosso e só nós é que o podemos resolver.

    E, já agora, seria bom consultarmos as estatísticas do Comércio Externo antes de entrarmos para o infern... sorry, para a CEE.

    Nessa altura os nossos mercados estavam mais espalhados e não tinhamos a dependência actual.

    Quanto ao problema energético é necessário tomar em conta que não vai ser a iniciativa privada a resolvê-lo. Tem de ser o Estado. E o Estado, para o resolver tem de investir e, investir, tem um problema, agrava o deficit...

    Mas não vejo outros caminhos, ou agravamos o deficit ou perecemos...

     
  • At 5:26 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Sem petroleo não temos energia elétrica. Sem energia elétrica, pelo menos os 30 mais desenvolvidos,e nós lá estamos,morremos á fome.Safam-se os pobres.
    Pergunto : estou a falar bem ? Será que conseguiremos resistir como há 30 anos ?
    Porque é que o petróleo está a este preço? Ainda não vi ou ouvi nenhuma explicação.
    A Venezuela, o Mexico e Argentina cairam na extrema pobreza há 10 anos por causa do Petroleo.Deixaram de produzir, importavam tudo mantendo artificialmente as moedas com as receitas do petróleo. Era como se aqui, por aparecer petroleo no beato, o marco em vez de valer 200 escudos, o colocassem artificialmente a 50 escudos.Andava tudo de 911.
    Não entendo como o Raio diz que temos de resolver este problema sozinhos.Temos é que enterrarnos mais na Comunidade Europeia.Neste mundo não há lugar para pequenos.Só para pequenos e europeus todos juntos,contra a China e os Estados Unidos.
    Penso que não á saida.Para bem de todos os filhos da Europa.

     
  • At 9:19 da tarde, Blogger Ricardo said…

    Micróbio,

    Podemos continuar à espera que um dia o mundo seja controlado por nós ou sermos nós próprios a controlar o nosso rumo! Prefiro a segunda hipótese!

    Abraço,

     
  • At 9:25 da tarde, Blogger Ricardo said…

    Raio,

    Eu não quero paiZinhos! Se eu ajudar os países vizinhos a encontrar soluções tecnoçógicas para todos nós não vejo qual é o problema! Sozinhos é que não vamos longe ou estás à espera que os EUA comecem a ter preocupações ecológicas?

    Quanto a ser o Estado a intervir não vejo problemas nisso! Neste momento qualquer investimento em energias alternativas ao petróleo são de fácil recuperação financeira tal é a nossa dependência.

    Abraço,

     
  • At 9:32 da tarde, Blogger Ricardo said…

    C. Indico,

    Há um conjunto de circunstâncias que provocam este aumento de preços. Acho que a diminuição das reservas é a menos importante! A realidade é que diversos países, por razões muito distintas, deixaram de fornecer petróleo nas mesmas condições que anteriormente.

    E não partilho a ideia que o Médio Oriente caminha para a estabilização!

    "A Venezuela, o Mexico e Argentina cairam na extrema pobreza há 10 anos por causa do Petroleo.Deixaram de produzir, importavam tudo mantendo artificialmente as moedas com as receitas do petróleo. Era como se aqui, por aparecer petroleo no beato, o marco em vez de valer 200 escudos, o colocassem artificialmente a 50 escudos.Andava tudo de 911."

    Ainda o outro dia estive a discutir o efeito nefasto da abundãncia de matérias primas energéticas para um país (como em tempos aconteceu com o nosso ouro)! Por isso também acho que a política cambial não deve estar ao serviço permanente da economia porque só provoca situações artificiais agrande custo!

    Eu também defendo que sozinhos não vamos lá...

    Abraço,

     

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