502. Sistema OPS
O sistema OPS ("Organic Prestressing System") é uma “tecnologia pioneira na construção de pontes” que permite poupar 20 por cento dos custos e aumentar os níveis de segurança. Este sistema foi baseado no funcionamento do corpo humano e, para mim que sou leigo na matéria, encaixa que nem uma luva a terminologia “Pontes com músculos”.
A tecnologia envolvida neste sistema é inovadora mas eu não tenho conhecimentos técnicos para avaliá-la. O meu objectivo, com este post, é realçar esta feliz cooperação entre uma Universidade Pública (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto – FEUP) e uma empresa privada (Mota-Engil). Este sistema, desenvolvido pelo professor Pedro Pacheco, permite que a estrutura seja muito mais leve, mais segura, mais fácil de transportar e mais barata. Reduz o tempo de execução da obra e já está a ser utilizada na construção da ponte sobre o rio Sousa, em Lousada.
Este parece-me o caminho óbvio do nosso esforço de inovação, ou seja, o risco ser assumido pelas empresas privadas mas utilizando os meios do Estado na investigação. Só assim evitamos investigações megalómanas. A inovação é focalizada na competitividade das nossas empresas. Mas surgem-me duas dúvidas. Será o sistema de patentes actual suficiente para proteger a rentabilidade da faculdade e do empresário? E se fosse uma empresa estrangeira a financiar a investigação na FEUP o Estado devia permitir? Se sim, com que contrapartidas?
4 Comments:
At 3:12 da tarde, Anónimo said…
Sistema de pré-esforço orgãnico.Se olhares para as velhinhas vigotas pré-esforçadas, repararás que são ligeiramente curvas. Quando assentes paralelamente na densidade necessária,servem de apoio a espécie de tijolo formatado para assentar perfetamente nas vigas.O conjunto é uma Lage ( um pavimento,uma água,etc). Qual é finalidade da curvatura? Para quando receber a carga prevista ficar Plana. Caso contrário era necessário fazer vigas mais robustas para não encurvarem negativamente.Logo, muito mais material, mais peso, mais dinheiro,etc.Quando do fabrico, o molde depois de cheio de betão, as armaduras de ferro são "esticadas". Por isso após a cura ficam curvadas, estão em "pré-esforço" ,depois com o "esforço" ficam "normais".
Contudo como imaginas este é um exemplo minusculo e corrente.
As pontes vão-se, a grosso modo, construindo em CONTINUO assim.
Mas é um processo digamos estático, pois vão-se alterando os parametros conforme o VÃO vai aumentando.Este processo deve ser um modelo dinãmico, isto é , como dizes como um musculo, sempre o mesmo, mas que se vai adapetando por si próprio ás diferente solicitações exigidas quando em carga.
É Fantástico!
ATT. Nunca construí uma ponte, só vi fazer!!
Por tanto , isto é um palpite.
As patentes, não acredito. Já projectada por outros, e baixar o prémio do seguro, se levar o carapau de FEUP, sim.
De qualquer a MOTA tem é de se pôr a correr, e qundo os outros copiarem, ela já deu outro salto evolutivo.
At 7:24 da tarde, Ricardo said…
C. Índico,
Verifico que esta é a tua área de especialidade e já fiquei bastante mais esclarecido da forma como esta inovação funciona.
Quanto às patentes Portugal (mas também a Europa) tem que repensar os mecanismos de protecção porque inovação sem recompensa não é apelativa. Concordo, mesmo assim, que nada como continuar sempre a inovar para ter vantagens competitivas.
Abraço,
At 9:49 da tarde, Cainha said…
Há mais de um ano, quando visitei o Laboratório de estruturas na FEUP, este sistema estava ainda a ser testado. Tinham construido uma viga em treliça metálica, com alguns metros de vão, esta viga era atravessada por cabos de aço (formando um V) e consoante a viga ia sendo carregada, sensores ligados a computadores iam determinando as deformações, as cargas e quais as tensões a aplicar aos cabos para as contrariarem.
Foi uma agradavel surpresa ouvir, passado um ano, nas noticias, a utilização do sistema na construção efectiva de uma ponte.
At 10:58 da tarde, Ricardo said…
Maria,
Essencialmente é muito bom observar quando algo neste país funciona bem. É um exemplo e espero que o primeiro de muitos...
Um beijo,
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