Filho do 25 de Abril

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sexta-feira, janeiro 13, 2006

707. Curiosidade Mórbida




"Aquilo que eu sei e em termos gerais é que é crime a existência de escutas sem autorização judicial, mas não estou a dizer que seja o caso. Estou a dizer que não pode haver escutas em Portugal sem autorização judicial, é esse o nosso quadro legal"

"Quanto ao caso, não conheço e aguardo explicações do senhor procurador-geral como me incumbe"

Maria José Morgado (a comentar o registo de milhares de chamadas telefónicas do Presidente da República, do primeiro-ministro e dos presidentes da Assembleia da República, do Tribunal Constitucional e do Tribunal de Contas no âmbito do processo Casa Pia)





Estou com uma curiosidade mórbida. O que será que levou Jorge Sampaio a "segurar" Souto Moura no cargo durante todo este tempo? Será que não quis dar a entender que estava a ceder a pressões políticas da direcção do seu antigo partido? Será que ficou inibido porque a justiça ganhou contornos políticos? Será que nunca teve a oportunidade certa? Ou será que acha que Souto Moura é a pessoa certa no lugar certo?

Eu tenho que perguntar! É este o tipo de estabilidade que queremos para a Justiça? Souto Moura tem contribuído para a credibilização da Justiça?

Agora é que me parece um pouco tarde para Sampaio exonerar Souto Mouro! E o que é que os candidatos presidenciais pensam sobre a continuidade de Souto Moura? Salvo agum erro de interpretação, Cavaco Silva que os mandatos são para cumprir até ao fim, Manuel Alegre que vai exonerar Souto Moura e Mário Soares que aceita a exoneração a pedido do Governo (a interpretação mais correcta da Constituição no caso da exoneração). Não percebo como é possível defender esta estabilidade podre em que o Procurador já admitiu que houve erros graves nos processos que teve em mãos, em que não consegue estancar a incontinência verbal que se apoderou da justiça e em que sucedem-se, a um ritmo impressionante, declarações deste que só descredibilizam a justiça (e que, por vezes, revela uma apetência por jogos políticos muito impróprios para o cargo).

Agora o Procurador Geral da República vai pedir um "inquérito rigoroso" às escutas feitas ao Presidente da República. Eu gostaria que fosse feito um "inquérito rigoroso" à sua utilidade para o país...

2 Comments:

  • At 11:56 da tarde, Blogger Politikus said…

    COncordo com a tua posição... apenas um senão. Quem disse que as escutas não tinham sido autorizadas??? Pois é... vamos ver. E mais não posso dizer...

     
  • At 1:18 da tarde, Blogger Ricardo said…

    Polittikus,

    Não são escutas, são facturas detalhadas. Parece que não foram autorizadas e que foi um lapso da PT. Lapso esse que não foi detectado pela investigação por claro desleixo (não foram analisadas durante todo este tempo?).

    Mas repara que o meu apelo à exoneração do PGR não se baseia neste caso - que mais uma vez este geriu da pior forma possível em que o seu comunicado entra em conflito com o da PT e com as declarações do PR - mas sim num longo historial de clara inadequação ao cargo.

    Abraço,

     

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