Filho do 25 de Abril

A montanha pariu um rato - A coerência colocada à prova - A execução de Saddam Hussein - O Nosso Fado - "Dois perigos ameaçam incessantemente o mundo: a desordem e a ordem" Paul Valéry, "Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa, salvar a humanidade", Almada Negreiros - "A mim já não me resta a menor esperança... tudo se move ao compasso do que encerra a pança...", Frida Kahlo

sábado, dezembro 31, 2005

688. Feliz Ano de 2006



A todos os que visitam este blogue e fazem-me companhia nesta troca de pontos de vista um desejo de um excelente 2006! Não vou destacar ninguém porque são muitos mas espero que cada um de vocês continue a causar rupturas e consensos para reinventarmos todos os dias Portugal!

Feliz ano de 2006!

687. Revisão do ano de 2005 neste blogue (4)



Agosto

- Neste mês deambulei por Viena, Bratislava e Budapeste. Tenho este cantinho com as ligações para as viagens e fotografias que fiz chamado Memórias do Filho do 25 de Abril: Viagens!

- A propósito dum livro de George Orwell, O Caminho para Wigan Pier houve uma série de textos sobre citações deste livro que geraram muita discussão: (1) (2) (3) (4)

Setembro

- Um dos textos que mais gostei de escrever neste mês foi este sobre a Globalização.

- O ambiente teve lugar de destaque neste mês mas sublinho a inauguração da linha amarela do Metro no Porto que revolucionou a minha mobilidade.

Outubro

- Mês de autárquicas! Insisti no tema de que temos os políticos que merecemos e que são o nosso reflexo e a imagem da nossa exigência.

Autárquicas 2005: A nossa responsabilidade

Autárquicas 2005

Repto para uma mudança de mentalidade!

- Escrevi também um artigo de fundo sobre a minha posição na discriminalização do aborto que é a minha posição após uma longa reflexão sobre o tema

Novembro e Dezembro

- Não vale a pena rever o passado recente. Nós últimos dois meses passei a colocar alguns dos meus posts no Canto Aberto e tenho escrito o Diário das Presidenciais! Mas não posso acabar o "resumo" do ano sem destacar uma das iniciativas basilares do blogue neste ano. Falo da troca de pontos de vista que tive com o Bruno, do blogue Bodegas sobre a Madeira. O conceito era simples e julgo que pioneiro na blogosfera nacional, ou seja, durante uma semana publicamos mais ou menos à mesma hora um texto representativo do nosso ponto de vista sobre um tema pré definido relacionado com a Madeira. Do contraste de opiniões resultou, do meu ponto de vista, uma interessante reflexão. Deixo aqui, para finalizar, as ligações aos meus textos que, por sua vez, têm uma ligação aos textos do Bruno:

Pontos de Vista - Madeira: Apresentação

Pontos de Vista - Madeira: Desenvolvimento socioeconómico

Pontos de Vista - Madeira: Liberdade de Imprensa

Pontos de Vista - Madeira: Qualidade da Democracia e Estilo da Governação

Pontos de Vista - Madeira: Estatuto Político-Administrativo das Autonomias

Pontos de Vista - Madeira: Perspectivas para o futuro

686. Revisão do ano de 2005 neste blogue (3)



Abril

- O mês de Abril ficou marcado pela morte de Karol Wojtyla o que originou algumas trocas de pontos de vista entre a minha visão agnóstica do mundo e alguns ilustres católicos que visitam este espaço. Começou aqui e agudizou-se aqui. O tratado da Constituição Europeia também ocupou vários posts!

- Neste mês passei um período complicado da minha vida e, pela primeira vez, escrevi um post sobre a minha vida pessoal.

Maio

- No mês de Maio comecei a demonstrar aqui a minha estranheza pelo consenso que uma personagem política como Cavaco Silva parecia começar a ter.

- Publiquei vários posts sobre o problema que tem dominado todas as atenções políticas nos últimos anos: o défice orçamental!

O Monstro: (1) (2) (3) (4) (5)

Junho

- Apesar da União Europeia continuar a dominar a "agenda" deste blogue neste mês prefiro dar destaque às mortes de Álvaro Cunhal e Eugénio de Andrade.

- Um dos posts que mais comentários gerou foi o da fracturante questão da Idade da Reforma.

Julho

- Neste mês escrevi vários posts sobre uma questão essencial da nossa economia: a Produtividade (1) (2) (3) (4) (5)

- Londres, 07/07 2005

- A polémica voltou a este blogue com o post Terrorismo Cívico, um reflexo de inúmeros posts que escrevi sobre a nossa responsabilidade, como cidadãos, pela situação do país! O post sobre os sindicatos da polícia também provocou uma acesa discussão!

- Vou destacar também estes posts sobre a demissão de Campos e Cunha. (1) (2)

sexta-feira, dezembro 30, 2005

685. Álbum de Fotos: Visões do Molhe (Pontinha) (Funchal)







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684. Revisão do ano de 2005 neste blogue (2)



Fevereiro

- Este mês foi decisivo a nível político. A campanha para as legislativas foi marcada pelos boatos e teve como momento alto os debates. Vou colocar as ligações à minha análise dos debates e ao rescaldo das eleições:

Debate: José Sócrates - Santana Lopes (1) (2)

O Debate Final

Cenários

Maioria Absoluta

Vencedores e Vencidos

- Logo após as legislativas precisei de fazer um "descanso" da política e promovi a Semana do Cinema. Vou destacar os textos sobre a carreira de Martin Scorsese - meu realizador favorito - e sobre os Óscares (apesar de ter sido também mês de Fantasporto):

Martin Scorsese (1) (2) (3) (4) (5) (6) (The Aviator)

Óscar 2005

77th Academy Award


Março

- O dia 11 de Março fica ligado aos atentados em Madrid. A Europa é, pela primeira vez, atingida por esta nova realidade.

11M

(Continua)

quinta-feira, dezembro 29, 2005

683. Revisão do ano de 2005 neste blogue




Janeiro

- O ano começou com a opinião sobre um conjunto de livros que li nesta fase. Pena é que no resto do ano os meus hábitos de leitura não estiveram ao nível do que aconteceu no início do ano:

O Evangelho Segundo Jesus Cristo, de José Saramago - o livro que mais gostei de ler este ano

O Homem Duplicado, de José Saramago

Na Penúria em Paris e Londres, de George Orwell - recomendo vivamente a leitura deste livro

Como um Rio Invisível, de António Loja

- Este mês ficou marcado pela pré campanha eleitoral para as legislativas. Vou destacar este conjunto de posts que escrevi sobre o tema:

As listas (1) (2)

Governo de Gestão

O “deslize” de Louçã

Análise à Pré Campanha!

- Durante este mês fiz um exercício teórico com o objectivo de analisar se as nossas políticas, fora da UE e neste contexto, deveriam ser muito diferentes.

Portugal e a União Europeia (1) (2) (3)

682. Álbum de Fotos: Choupana Hills Resort & Spa (Madeira)

Não é o meu objectivo principal promover um empreendimento turístico - do qual não tenho qualquer tipo de ligação - mas sim chamar à atenção que é possível inovar - ou pelo menos não padronizar - o investimento no turismo. O Choupana Hills tem como mercado alvo um tipo de turismo que convém atrair para a Madeira e consegue fazê-lo através dum conceito de hotel diferente. Os quartos são villas - estilo 'bungalows' - que oferecem uma privacidade única. O interior dos quartos está bem equipado e o complexo tem restaurante, piscina, spa, biblioteca, entre outras comodidades. Os preços por noite é que nem vou divulgar para não assustar ninguém...









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quarta-feira, dezembro 28, 2005

681. Diário das Presidenciais 2006 (12)



Pedro Magalhães é o autor do - excelente - blogue Margens de Erro, que tem tido um importante papel na análise das sondagens em diferentes eleições. Há dois dias publicou diversos quadros sobre a evolução ao longo do tempo das intenções de voto válidas. Reproduzo agora as palavras do autor do blogue:

"Os gráficos seguintes permitem-nos apreciar visualmente a plausibilidade desta hipótese genérica [mudança real nas intenções de voto válidas ao longo do tempo]. Vou manter isto também simples, para benefício de todos incluindo eu próprio, que tenho lacunas importantes de formação técnica quando de trata de analisar séries temporais.

A linha sólida é a que melhor se ajusta aos dados na pressuposição de uma relação linear entre a passagem do tempo e o resultado das sondagens. A vantagem desta análise consiste em que podemos ver até que ponto as diferenças entre sondagens podem ser tratadas mero "ruído" em relação a uma tendência geral. A desvantagem, claro, é a pressuposição de uma relação de linearidade entre a passagem do tempo e as intenções de voto, pressuposição essa que pode ocultar outro tipo de tendências. A curva tracejada resulta de uma regressão polinomial ponderada loess (ou "regressão local") aos dados, em que os pontos da curva são previstos pelas observações imediatamente adjacentes (e não por todas as observações, o que resultaria numa linha igual à da regressão linear). Vantagens e desvantagens são simétricas em relação as associadas à pressuposição de linearidade: sensibilidade a evoluções não lineares, mas excessiva sensibilidade a mudanças de curto prazo e "outliers"."


(...)

Assim, em síntese:
1. Sinais muito claros de subida para Soares, com dispersão grandemente explicada pela passagem do tempo;
2. Sinais claros de descida para Alegre;
3. Estabilidade genérica para Jerónimo e Louçã, mas maior incerteza para o segundo;
4. Incógnita (e, à falta de melhor, estabilidade) para Cavaco.








Sem ser especialista na análise de sondagens não posso deixar de fazer uns comentários genéricos:

1. Parece cada vez mais claro que a campanha está a esvaziar o efeito novidade da candidatura de Manuel Alegre. Para isso deve estar a contribuir a opção de Alegre em fazer a campanha no "centro político". É que Alegre sempre foi visto como a reserva de esquerda do PS e estar a fazer uma campanha contrária à imagem pré concebida não lhe está a ser favorável. Também é possível que esteja a diminuir a resistência do eleitorado do PS em aceitar a (re) candidatura de Soares;

2. Mário Soares está em clara subida mas é preocupante - para a sua candidatura - que seja essencialmente à custa de Manuel Alegre. E esse "assalto" às intenções de voto de Alegre tem um "tecto" insuficiente para as ambições de Mário Soares. A tendência nas intenções de voto em Cavaco Silva é relativamente estável e insuficiente para inverter o resultado final das eleições. Mas Mário Soares sabe que a sua única hipótese, numa primeira volta, é segurar o máximo de votos à esquerda e, por isso, até lhe é favorável - enquanto Manuel Alegre estiver com esta tendência nas intenções de voto - que Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã não desistam e segurem os "seus" eleitorados.

680. Diário das Presidenciais 2006 (11)



"Deus queira que não tenhamos um Presidente da República que tenha a ideia de que não pode fazer nada. O Presidente deve pensar que pode fazer."
Cavaco Silva


Estou de acordo com o conteúdo das palavras de Cavaco Silva! De facto o Presidente pode e deve pensar que tem influência (o que não quer dizer que concorde com o que este mesmo candidato acha que deve fazer). O que é preocupante é que é a terceira vez consecutiva que ouço esta frase dita da mesma forma, ou seja, é a terceira vez que Cavaco Silva apela a Deus para que o Presidente possa fazer alguma coisa ("O candidato [Mário Soares] disse que o Presidente da República não tem quase nada para fazer. Deus nos livre disso! Deus nos livre disso!" - 21 de Dezembro de 2005). Será consciente a escolha das palavras divinas? Não sei mas confesso que à terceira é caso para pelo menos desconfiar. Eu diria que Deus nos livre que Cavaco Silva esteja a apelar a Deus - ou aos cidadãos católicos - para que o Presidente tenha poderes para fazer alguma coisa.

"Não quero fazer aqui comentários porque as declarações do prof. Cavaco Silva são muito graves. Não quero fazer comentário aqui no meio da rua porque são demasiado graves"
Mário Soares

"Esse incidente inicia um problema sério: ou o professor Cavaco Silva não sabe exactamente o que é um Presidente da República no quadro constitucional português, ou, se sabe, está a propor uma espécie de golpe constitucional, uma vez que está a querer que o PR, a partir de Belém, possa intrometer-se contra o que está previsto na Constituição na organização interna do Governo português"
Vitalino Canas (PS)

Eu já comentei que o discurso de Cavaco Silva foi completamente desadequado - pelo menos em público - em relação ao posicionamento que um candidato a Presidente da República deve ter em relação aos seus potenciais poderes se for eleito. Já sublinhei que o PR não deve nem interferir nem sugerir modificações na orgânica do Governo. Mas adjectivar estas declarações como "muito graves" ou como "uma espécie de golpe constitucional" é um claro exagero, ou seja, é dar uma proporção errada às declarações. Eu sugeria aos candidatos - e ao PS - uma clara demarcação das posições de Cavaco Silva mas não uma dramatização desproporcionada das suas palavras.

679. Álbum de Fotos: Teleférico do Jardim Botânico (Funchal)

No passado dia 17 de Setembro foi inaugurado o Teleférico do Jardim Botânico! É uma viagem de 1600 metros até ao Largo das Babosas.










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terça-feira, dezembro 27, 2005

678. Diário das Presidenciais 2006 (10)



"Há uma coisa que pode ser feita em Portugal, que eu sei que já foi feita noutros países. Podia existir um responsável do Governo que fizesse a lista de todas as empresas estrangeiras em Portugal e, de vez em quando, fosse falar com cada uma delas para tentar indagar sobre problemas com que se deparam e para antecipar algum desejo dessas empresas se irem embora, para assim o Governo tentar ajudá-las a inverter essas motivações"

"Tem de ser um acompanhamento com algum pormenor que deveria ser feito por um secretário de Estado especialmente dedicado a essa tarefa"

"a primeira tarefa que gostaria de realizar [caso seja eleito Presidente] era uma conversa longa com o primeiro-ministro"

Cavaco Silva


Eu não quero cair no exagero - que Soares caíu - de esvaziar completamente os poderes presidenciais só para provar que este tipo de discurso - o acima transcrito - não é o tipo de discurso que um Presidente da República - ou um candidato ao cargo - deva ter! Mas julgo não ser exagerado da minha parte sublinhar que esta crescente tendência de Cavaco em imiscuir-se nos assuntos executivos do Governo - e agora na sua própria orgânica - não é de todo saudável!

Não vou fazer o mesmo que Cavaco Silva faz com regularidade e anunciar desgraças para o país caso este ou aquele candidato seja eleito - ou no caso dele que não seja eleito ("pensem nos vossos filhos"; "Como vamos assegurar o pagamento de pensões?") - mas digo com veemência que este tipo de discurso em nada ajuda o país e a sua estabilidade institucional. Imaginem que o Primeiro Ministro resolve não aceitar a sugestão e, nesse cenário, escusado será dizer que alguém fica descredibilizado. Mesmo se aceitar a sugestão não me parece saudável ter uma Secretaria de Estado onde - independentemente dos seus resultados - haja um constrangimento em extinguir a própria de modo a não causar problemas institucionais.

Cada vez fico mais confuso em constatar que há tantos cidadãos a achar que Cavaco tem o perfil e a abordagem correcta para o cargo de Presidente da República!

677. Álbum de Fotos: Iluminação de Natal 2005 (Funchal) (2 de 2)







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676. Ode à Liberdade

Ode à Liberdade

Quero-te, como quero ao ar e à luz
Porque não sou a ovelha do rebanho,
Nem vendi ao pastor a alma e a grei;
E onde não haja mais do que o redil,
És tua a minha pátria e a minha Lei.

Leva-me onde as estradas me pertençam.
Porque as vozes viris que me conduzem
Ninguém, melhor do que eu, sabe dizê-las;
Porque eu não temo as livres solidões,
Onde habitam os ventos e as estrelas.

Leva-me ao teu sopro, éter divino,
Porque me queima a sede das alturas
E o meu amor se oferece sem limite;
E és tu que abres as asas aos condores,
É tu que ergues os astros ao zénite.

Toma-se nas tuas mãos de Sagitário,
Faze de mim o arco retesado
Pelo teu braço e a tua força inquieta,
Pois, quando o meu desejo atinge o alvo,
És tu o impulso que dispara a seta.

É lá, sempre mais longe, além do Outono,
Nos limites do mundo conhecido,
Em plena selva e onde há que abrir a senda,
Que eu quero devorar os frutos novos
E erguer à beira de água a minha tenda

Torna-me ágil e ardente, alma do Fogo,
Porque tu és a inspiradora inquieta
Dos bailados da morte e da alegria;
E eu prefiro ao aprisco a vida heróica,
A que devora o ser, mas alumia.

Queima-me, embora custes, quando negas,
Quer o ódio fanático dos bonzos,
Quer o ciúme vil dos fariseus.
Sou dos que amam demais a Divindade
Para poder acreditar num deus

Não és a flor da beira do caminho.
Bem sei que é preciso conquistar-te
A cada novo dia e duro preço.
Por ti tenho sofrido quantos os homens
Podem sofrer. Por isso te mereço.

Por ti sofri os transes da agonia,
Desde a fome da alma no deserto
Ao pão que, por amargo, se recusa.
E, náufrago da grande tempestade,
Cá vou sobre a Jangada da Medusa!

Gerou-te, lentamente, com revolta
E dor, a consciência dos escravos;
Renasces mais perfeita a cada idade;
E, sempre, com as dores cruéis do parto,
Dá-te de novo à luz a Humanidade.

Querem mãos assassinas sufocar-te
Nas entranhas maternas. Mas em vão.
Virás como a torrente desprendida,
Porque és o sopro e a lei da Criação
E não há força que detenha a Vida.

Jaime Cortesão

segunda-feira, dezembro 26, 2005

675. Álbum de Fotos: Iluminação de Natal 2005 (Funchal) (1 de 2)







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674. Álbum de Fotos: Avenida Arriaga e Marina - Natal 2005 (Funchal)


Jardim Municipal - Avenida Arriaga


Jardim Municipal - Avenida Arriaga


Marina

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sábado, dezembro 24, 2005

673. Álbum de Fotos: "Noite do Mercado" - Noite de 23 para 24 no Mercado dos Lavradores (Funchal)













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sexta-feira, dezembro 23, 2005

672. Feliz Natal

Feliz Natal a todos os que visitam este espaço! Obrigado a todos os que visitam e comentam este blogue!

Neste "post" deixo uma recomendação subversiva para um bom filme de Natal (ver imagem): Nightmare Before Christmas ou o Estranho Mundo de Jack (com o dedo do genial Tim Burton)!



Nightmare Before Christmas, Tim Burton

Vou também aproveitar esta oportunidade para fazer a apologia à causa primária deste blogue, a defesa exacerbada da liberdade. Pelas palavras de Bocage:

Liberdade querida e suspirada

Liberdade querida e suspirada,
Que o Despotismo acérrimo condena;
Liberdade, a meus olhos mais serena,
Que o sereno clarão da madrugada!

Atende à minha voz, que geme e brada
Por ver-te, por gozar-te a face amena;
Liberdade gentil, desterra a pena
Em que essa alma infeliz jaz sepultada;

Vem, oh deusa imortal, vem, maravilha,
Vem, oh consolação da humanidade,
Cujo semblante mais que os astros brilha;

Vem, solta-me o grilhão da adversidade;
Dos céus descende, pois dos Céus és filha,
Mãe dos prazeres, doce Liberdade!


Bocage

quinta-feira, dezembro 22, 2005

671. Prémios Lumiére 2006



Este blogue vai participar, a convite do Miguel, na 2ª edição dos prémios Lumiére. Para uma síntese do historial destes prémios reproduzo as palavras do Miguel que é o mais habilitado para fazer essa introdução:

"No final do ano passado a Academia de Blogs de Cinema promoveu entre os seus membros a votação dos melhores filmes do ano. Os prémios foram baptizados com os nomes dos pioneiros cinematográficos franceses, os irmãos Lumiere, e o grande vencedor da primeira edição foi o filme Eternal Sunshine of the Spotless Mind, com quatro estatuetas (Filme, Actriz, Argumento e Tema). Este ano os Lumiere vão voltar, mas num novo formato.

O objectivo inicial, de continuar a premiar o que de melhor se faz de cinema a nivel mundial, continua bem vivo no espirito dos Lumiere. Mas agora há um outro motivo para prestar atenção a estes prémios. Longe de estar restringido ao leque dos membros da ABCine, a nova edição dos Lumiere conta com trinta membros do juri. E esses trinta nomes, não são apenas nomes. Da politica ao jornalismo, da música ao cinema, passando pela sociedade civil, são trinta personalidades altamente apreciadas e respeitadas na blogosfera nacional. Porque os Lumiere agora são mais do que simples prémios de cinema. São também uma forma de aproximar a grande famila dos blogs portugueses, que teima em não viver como uma comunidade. Este primeiro passo pode ser pequeno, mas é feito com determinação e vontade de aproximar pessoas (e blogs), que aparentemente, pouco teriam a ver uns com os outros.

O aspecto cinematográfico foi resguardado. Há 15 membros ligados ao cinema e 15 membros pertencentes à "sociedade civil" da blogosfera. E o próprio sistema de votação foi alterado. O modelo do ano passado apresentava-se com uma primeira fase com nomeações por parte de cada membro, e posteriormente, uma votação nos nomes que mais nomeações tinham coleccionado. Agora cada blog - cada membro do juri - apresenta um top5, por ordem de preferência, em cada uma das treze categorias escolhidas. Ao primeiro de cada lista serão aribuidos cinco pontos, quatro ao segundo, três ao terceiro, dois ao quarto e um ao quinto e último nome. Os vencedores serão os que tiverem mais pontos, sob o ponto de terem sido, pelo menos uma vez, a primeira escolha de um dos membros. No caso de impedimento, os membros poderão apresentar menos de cinco nomes, desde que apresentem pelo menos um. O que irá certamente acontecer!

As categorias da 2º Edição dos Lumiere, votadas pelos 30 membros do juri, são:

Melhor Filme

Melhor Realizador

Melhor Actor

Melhor Actriz

Melhor Actor Secundário

Melhor Actriz Secundária

Melhor Argumento

Jovem Promessa Masculina

Jovem Promessa Feminina

Melhor Filme Animado

Melhor Banda Sonora

Melhor Fotografia

Melhor Montagem


Quanto aos trinta elementos do juri, esse distinto grupo de represenantes dos mais diferentes quadrantes da blogosfera, lista onde o Hollywood se sente orgulho por poder fazer parte, representam o que há de melhor no universo dos weblogs em Portugal. Espaços de visita obrigatória que serão a verdadeira alma deste prémios. São eles:



É com estes trinta nomes e com estas treze categorias que se vão desenhar os grandes vencedores da 2º Edição dos Prémios Lumiere. Nomes que sairão da lista de todas as estreias em Portugal ao longo do último ano. E falando em datas, podem apontar nos vossos calendários. O dia 15 de Janeiro será o último dia de votação. Os vencedores serão anunciados simultaneamente em cada um destes trinta espaços no dia 28 de Janeiro de 2006.

Até lá fiquem na expectativa!"

Faço das palavras do Miguel as minhas - com excepção daquela parte da "sociedade civil" ;) - e elogio desde já este tipo de iniciativas. Entretanto vão ao cinema e experimentem a magia da Sétima Arte.

670. Diário das Presidenciais 2006 (9)



"O que diriam os estrangeiros?"
Cavaco Silva, no debate com Mário Soares

Fiquei a pensar nesta frase! Juro que fiquei! Fez-me lembrar do que ensinavam aos nossos avós, isto é, sempre tivemos um certo complexo de inferioridade em relação ao que vinha de "lá de fora"! E o português tem, ao fim e ao cabo, esse "complexo".

Tentei lembrar-me se Cavaco cometeu um lapsus linguae ou se é algo impresso no seu pensamento. Lembrei-me do "Cavaquismo" e não consegui deixar de pensar na teoria do "bom aluno" da Europa. Durante essa fase da nossa vida política fomos os mais brilhantes alunos do que defendiam "lá fora"! Eu não defendo a "rebeldia" do nosso país mas custa-me que esteja a ser defendida uma mentalidade de puro seguidismo em relação ao que vem de "lá de fora".

Depois lembrei-me duma outra frase de Cavaco durante a "conversa" com Soares sobre o modelo de debate. Cavaco lembrou que éramos o único país que tinha aquele tipo de debate caótico e que "lá fora" este modelo já era usado com sucesso há vários anos e que não devíamos ter complexos em usar o que já foi experimentado com sucesso "lá fora" (confio na minha memória para reproduzir o sentido da frase). O que eu pergunto é se o nosso modelo de debates não permitia um esclarecimento eficaz de ideias? É que, durante décadas, fez-se história e houve debates magníficos usando o "nosso" modelo. Porque precisamos de importar de "lá de fora" um modelo que não tem nada a ver com a forma como vivemos a política?

Aconselho que estes resquícios de complexo de inferioridade que herdámos do Antigo Regime sejam suprimidos da nossa mentalidade!

P.S. Não estou a defender que não devemos importar nada! Devemos importar o que funciona melhor. O que é importante é não pensarmos tanto no que os "outros" pensam do que estamos a fazer.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

669. Diário das Presidenciais 2006 (8)



"Temos que ter uma certa paciência nestas coisas..."

" O candidato disse que o Presidente da República não tem quase nada para fazer. Deus nos livre disso! Deus nos livre disso!"

Cavaco Silva sobre Mário Soares



Soares foi incisivo? Foi!

Insultou pessoalmente o adversário? Claro que não! Por ter afirmado que este era um "economista razoável"? Ou por ter defendido que era pouco dialogante? Ou então por ter dito que não escrevia nada construtivo, que era um político de denúncias? Por este ter chamado em tempos ao Presidente da República e aos sindicatos de "forças de bloqueio"?

Por isso aconselho Cavaco a deixar de fingir que está ofendido! Insulto pessoal não é criticar frontalmente o perfil duma pessoa para o cargo mas sim o que este fez a Sampaio há 10 anos quanto às suas opções de vida.

É preciso é ter paciência para aturar tanto virtuosismo moralista encapotado...

668. Diário das Presidenciais 2006 (7)



Reacções ao debate Mário Soares - Cavaco Silva

Expresso: Mário Soares atacou, Cavaco Silva não ripostou

Os ataques sistemáticos de Mário Soares contra Cavaco Silva marcaram o debate de ontem na RTP. Cavaco optou por reagir com alguma frieza, mas, no limite, acabou por afirmar que precisava de fazer algum esforço de contenção para não ser deselegante com o seu adversário.

Público: Jerónimo de Sousa elogia "acutilância" e "frescura" de Mário Soares

Jerónimo de Sousa elogiou hoje "a acutilância" e "a frescura" de Mário Soares perante "a atitude blindada" de Cavaco Silva no frente-a-frente televisivo de ontem à noite.

"Este debate decorreu da forma prevista. Um candidato procurou contraditar, com alguma acutilância, e por parte de Cavaco Silva, aquela ideia central de ‘daqui não saio daqui ninguém me tira’. De forma blindada foi fazendo afirmações genéricas que já afirmou 57 vezes de que quer ser um colaborador, um ajudante", sublinhou Jerónimo de Sousa.


Público: Ribeiro e Castro lamenta "deselegância" de Soares no debate com Cavaco

O líder do CDS-PP, José Ribeiro e Castro, lamentou hoje que Mário Soares tenha ultrapassado "os níveis toleráveis de elegância" no debate televisivo de ontem com Cavaco Silva.

"Roçou a deselegância pessoal", disse Ribeiro e Castro, considerando "muito desagradável que o debate caia no ataque pessoal".


Público: Soares ao ataque, Cavaco "à espera das ideias" do adversário

Soares ao ataque, Cavaco à defesa. O último e mais esperado debate televisivo a propósito das presidenciais ficou ontem marcado pela constante marcação do candidato socialista e ex-Presidente Mário Soares ao passado governativo - e ideias sobre os poderes presidenciais - do candidato apoiado pelos dois partidos da direita, Cavaco Silva.

Tentou explorar contradições para depois acusar o seu adversário de faltar à verdade. "Não se falou totalmente verdade", concluiu o ex-Presidente da República.

Apresentou-o mesmo como um "risco" e explicou porquê: "Cavaco Silva fala de coisas que vai fazer como Presidente da República para as quais não tem competência. Está a enganar os portugueses. Se não se meter dentro das suas competências, vai criar graves problemas políticos e institucionais", advertiu o candidato apoiado pelo PS.


Diário de Notícias: O ponta-de-lança e o defesa experiente

Mário Soares tomou a iniciativa do ataque. Mas Cavaco Silva foi hábil na defensiva

Era apontado como o debate mais importante desta pré-campanha. E pelo menos neste aspecto não defraudou as expectativas. Cavaco Silva e Mário Soares defrontaram-se ontem à noite na RTP, com estratégicas opostas o candidato apoiado pelo PS desferiu ataques ao seu antagonista a partir do primeiro minuto; Cavaco, pelo seu lado, preocupou-se desde o início em evitar os reptos mais duros que o rival lhe lançava. Um e outro, cada qual a seu jeito, acabaram por cumprir os objectivos. Soares terá consolidado apoios entre os eleitores de esquerda - a sua preocupação central para o escrutínio de 22 de Janeiro, jogando com a hipótese de uma segunda volta. Cavaco não se afastou um milímetro do terreno da moderação, essencial para não alienar os eleitores do centro e manter-se no primeiro plano das sondagens.


Correio da Manhã: Debate vivo e de alto nível

Duelo entre gigantes

Ao fim de poucos minutos de debate, percebeu-se rapidamente que o confronto político entre Mário Soares e Cavaco Silva, aguardado com uma enorme expectativa desde o dia em que o candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS-PP anunciou a candidatura, iria ser um momento político histórico.

Mais do que os argumentos trocados entre os candidatos, o embate surpreendeu pela vivacidade, fluidez de ideias e até pelas interrupções. Por três vezes, Cavaco teve necessidade de recorrer a um “posso continuar?” E Soares retribuiria com o reconhecimento de que o candidato apoiado pelo PSD e CDS-PP “é um razoável economista”.

Com apenas 20 minutos de duração, por questões de programação (as candidaturas foram avisadas antes), a primeira parte do confronto será recordada como uma das melhores de debate político televisivo nos últimos anos. Com uma postura afirmativa e segura, Cavaco surpreendeu pela confiança com que atacou os assuntos e desmontou a acusação de Soares de que é um factor de “risco” para a crispação social no País.

terça-feira, dezembro 20, 2005

667. Debate: Mário Soares e Cavaco Silva



Cada candidato tinha uma estratégia clara para este debate: Cavaco queria passar a imagem de que é um "homem de trabalho" e que, no meio de tanta desgraça, é a pessoa mais indicada para compreender os problemas. Soares veio com uma estratégia completamente diferente já que pretendia, em primeiro lugar, desmontar o "mito" que se criou à volta de Cavaco. Esta estratégia, à partida, dá vantagem à vítima mas, dado o contexto, era a única estratégia possível de Soares.

Ficou muito claro neste debate o grande defeito dos dois candidatos. Cavaco Silva tem a clara desvantagem de só saber falar de economia e, mesmo nesse campo, é vago. Mário Soares foi eficaz a desmontar o "messias" mas não consegue fazer um discurso pela positiva.

O discurso moralista e pessimista de Cavaco

Se há algo que sempre irritou-me em Cavaco é a forma como "pinta" o futuro. Primeiro denuncia - como Soares fez questão de lembrar que é a sua especialidade - e depois vê se o barro cola à parede. Anuncia desemprego, monstros e desemprego e ganha força sempre que o país está mal. Hoje foi o apogeu do seu discurso de Velho do Restelo quando declarou algo deste género, "mais meio ponto de crescimento pode significar menos uma décima de mortalidade infantil, nem imaginam a alegria dos pais"! Preciso dizer mais?

O "mito" do "messias"

Miguel Cadilhe chamou-o de "pai do monstro" mas Soares resolveu ser mais brando e chamá-lo de "político economista razoável"! Da forma como Cavaco engoliu a água parece que algo ficou entalado mas não contrariado. Depois Cavaco falou de incentivar a produção de produtos que possam concorrer internacionalmente, em investimento e em rigor. Fiquei com a sensação que estava a assistir a um debate para as legislativas...

Pergunta fundamental (1)

E se o Governo não quiser a colaboração do Presidente da República?

Adivinha da noite: quem disse isto?

"A manter esta trajectória onde vamos bater?" ; "Como vamos assegurar o pagamento de pensões?"; "O que diriam os estrangeiros?"

O debate

Hoje não houve uma dupla entrevista mas Soares, por vezes, transformou o debate numa entrevista a Cavaco! Um dos momentos sui generis da noite foi Soares a garantir que Cavaco Silva não é Social Democrata. É verdade que a Social Democracia em Portugal é um equívoco ou que é um equívoco a filiação do PSD no Partido Popular Europeu mas não me parece que fosse um tema importante para este debate. Acredito é que seja um tema interessante para discutir no futuro.

Soares no debate

A postura de Mário Soares no debate foi a de quem está a tentar minimizar o prejuízo. Apesar de ter ideias muito mais bem estruturadas sobre vários temas do que o seu adversário preferiu tentar provocar um erro no adversário. Cavaco ficou incomodado e sem reacção no debate mas não foi ao tapete e só isso já foi uma vitória.

Pergunta fundamental (2)

É melhor que o Presidente da República tenha uma visão para o país ou que seja um bom - ou razoável - técnico?

Conclusão

Fiquei convencido que Cavaco não vai ser um bom Presidente - na onda do que tenho escrito ao longo de meses e, logo, não houve uma real mudança de opinião - mas também acho que os apoiantes de Cavaco ficaram seguros que Soares não vai dar um bom Presidente - apesar de já o ter sido e de ser um claro exagero tentar colar-lhe uma imagem de extremista. Por isso ganha quem vai com vantagem...

666. E agora vamos todos assobiar para o ar?



"É verdade que a maior parte da nossa informação se revelou errada."
George W. Bush

665. Devemos esquecer e simplesmente olhar para o futuro?



More than 2,100 U.S. troops have died in Iraq since the invasion, which Bush and top aides argued was necessary to strip Iraq of chemical and biological weapons and efforts to develop a nuclear bomb. No such weapons were found once the government of Saddam Hussein collapsed in April 2003. (...)

Bush acknowledged the doubts of many Americans who opposed the invasion, but said the United States now faces just two outcomes: "victory or defeat."



"I congratulate the president on being honest and candid about past problems and telling us how hard it's going to be but how necessary it will be to get it right"
Sen. Lindsey Graham, South Carolina Republican



Não faz confusão a nenhuma "alma" em Portugal que o Presidente dos EUA venha anunciar que não tinha informações correctas mas que o que importa agora é o futuro?

Noutras palavras o que George W. Bush veio dizer é que errou mas como admite que errou não faz mal que tenha errado!

Então se tudo o que aconteceu é "menor" significa que devemos todos aceitar que para iniciar uma guerra no futuro só temos é que a posteriori admitir que cometemos um erro? Entretanto enriquecem uns e empobrecem outros e a guerra torna-se numa forma de tranferência de riqueza universalmente aceite, sem necessidade de outras razões de "maior".

O que aconteceu foi grave! Afectou irremediavelmente a confiança dos cidadãos nos seus representantes - e não foi só a questão óbvia das armas de destruição em massa mas tudo o que tem acontecido de regressão na protecção dos direitos humanos - e não posso aceitar que agora simplesmente seja colocada uma pedra por cima do assunto.

Não basta aparecer nas televisões a anunciar a proibição da tortura - como já era proibida antes quer dizer que entretanto houve um intervalo? - ou anunciar que as escutas ilegais não são um abuso de poder - porque são - ou anunciar que vai fornecer informações sobre as prisões no estrangeiro - qual é a justificação para ter uma prisão em local incerto com práticas incertas de interrogatório - ou até dizer que tudo foi feito em nome dum combate ao terrorismo - o que é uma mentira grosseira porque o terrorismo não é um país, nem um grupo nem uma pessoa mas sim uma táctica, táctica essa que não era fomentada no Iraque pela Al-Qaeda - para que eu acredite que os erros não foram voluntários. É que para que o futuro seja de facto diferente é necessário que este passado recente não fique guardado na nossa memória como mais um exemplo histórico de impunidade.

Se o meu texto tem erros factuais não faz mal. Desde que depois eu admita que cometi imprecisões...

domingo, dezembro 18, 2005

664. Fotografias da Visão (3 de 3)

A Visão online tem um conjunto de fotografias dos candidatos que convém comentar com uma pitada - a receita também leva açucar - de ironia.


Fotografia de António Xavier

Não é difícil de adivinhar o que foi dito - nesta e noutras ocasiões - por Jerónimo de Sousa: "Contra o capitalismo selvagem, a exploração do homem pelo homem, o neoliberalismo, a globalização sem regras... Avante, camaradas"!


Fotografia de Inácio Ludgero

Francisco Louçã também quer um cargo numa futura coligação com o PS e pelo que podemos ver pela imagem é o de Ministro do Ambiente, substituíndo Isaltino Morais como o Ministro que deixa um rasto de poluição por onde passa.


Fotografia de Inácio Ludgero

Será a caricatura do político ou um político que é uma caricatura?

Nota adicional

"Frequentou a escola pública em Lisboa no Liceu Padre António Vieira (prémio Sagres para os melhores alunos do país), o Instituto Superior de Economia (prémio Banco de Portugal para o melhor aluno de economia), onde ainda fez o mestrado (prémio JNICT para o melhor aluno) e onde concluiu o doutoramento em 1996. Em 1999 fez as provas de agregação (aprovação por unanimidade) e em 2004 venceu o concurso para Professor Associado, ainda por unanimidade do júri. É professor no ISEG (Univ. Técnica de Lisboa), onde tem continuado a dar aulas e onde preside a um dos centros de investigação científica (Unidade de Estudos sobre a Complexidade na Economia).

Recebeu em 1999 o prémio da History of Economics Association para o melhor artigo publicado em revista científica internacional. É membro da American Association of Economists e de outras associações internacionais, tendo tido posições de direcção em algumas; membro do conselho editorial de revistas científicas em Inglaterra, Brasil e Portugal; “referee” para algumas das principais revistas científicas internacionais (American Economic Review, Economic Journal, Journal of Economic Literature, Cambridge Journal of Economics, Metroeconomica, History of Political Economy, Journal of Evolutionary Economics, etc.). Foi professor visitante na Universidade de Utrecht e apresentou conferências nos EUA, Inglaterra, França, Itália, Grécia, Brasil, Venezuela, Noruega, Alemanha, Suiça, Polónia, Holanda, Dinamarca, Espanha.

Publicou artigos em revistas internacionais de referência em economia e física teórica e é um dos economistas portugueses com mais livros e artigos publicados (traduções em inglês, francês, alemão, italiano, russo, turco, espanhol, japonês).

Terminou em Agosto um livro sobre “The Years of High Econometrics”, que será publicado brevemente nos EUA e em Inglaterra."

Fonte: Wikipédia

É impressionante o currículo de Francisco Louçã como economista (ao contrário de outros pretensos economistas de sucesso). Fico sem perceber como um homem com esta capacidade de análise e com esta preparação incomum recorre a um discurso alimentado de frases feitas e lugares comuns bombásticos. Um dia ainda gostava de perceber o apelo que este faz à política de declarações fracturantes em vez do recurso a uma pedagogia - à procura de consensos - sobre políticas económicas e sociais mais adequadas às realidades actuais, algo que este político tem provas de que é profundo conhecedor.

663. Sala de Cinema: Oliver Twist



Realizador: Roman Polanski
Elenco: Ben Kingsley, Barney Clark, Leanne Rowe

É difícil criticar este filme porque está tecnicamente perfeito, porque tem excelentes representações, porque tem uma realização soberba (como seria de esperar de Polanski) e porque tem uma recriação de Londres do século XIX excelente. Mas fiquei com a sensação que faltou algo para fazer desta película um bom filme...



Depois de realizar The Pianist era difícil que o filme seguinte de Polanski fosse melhor mas este realizador já habituo-nos a fazer filmes agradáveis com regularidade. E este é mais um desses filmes agradáveis mas sem a alma e o brilho do filme com Adrien Brody. Nota-se a paixão de Polanski pelas personagens deste filme mas há uma excesiva formalidade em contar uma história que todos nós já conhecemos. O problema deste filme reside neste ponto, ou seja, não há nada de surpreendente ou de realmente inovador na história. Simplesmente esta é contada de forma competente, sem qualquer tipo de mácula.

Quem está excelente neste filme é Ben Kingsley (Fagin) que há muito tempo não tinha uma representação tão conseguida (talvez desde outro filme de Polanski, Death and the Maiden)! É a personagem mais ambígua do filme e que consegue distanciar-se mais do estereótipo que as personagens ganharam em anteriores versões desta história (há dezenas de versões desta história para televisão e para cinema).

Síntese da opinião: Não é apenas mais uma versão desta história, é a versão definitiva. É só pena que não haja uma justificação plausível para esta nova versão, pois esta não é nem actualizada nem reinventada. E, por isso, é um filme previsível, mesmo que tecnicamente irrepreensível.

sábado, dezembro 17, 2005

662. Acordo na União Europeia



É com satisfação - apesar de moderada - que assisto ao acordo para 2007-2013 que foi conseguido na União Europeia (UE)! A incerteza quanto ao futuro diminui - não desaparece - e esvazia-se o discurso dos candidatos profetas da desgraça em relação a um futuro sombrio parecido com o do "Senhor dos Anéis" (há um candidato, que deve possuir o anel, que pode salvar tudo e todos no meio do caos).

A UE vive tempos difíceis após o alargamento, após a tentativa de dar um passo gigantesco com a Constituição e após os problemas de crescimento que tem tido. Era, por isso, essencial o acordo! E os prognósticos não eram animadores dada a posição inflexível da França e da Inglaterra (entre outros problemas). Tony Blair, encostado à parede por causa do seu - injusto - "cheque inglês", não desarmou quanto à necessidade de rever a Política Agrícola Comum (PAC). O resultado final não é brilhante mas, por ser inesperado, é importante.

Notas soltas sobre o acordo

Portugal: Sócrates avalia o acordo como "muito bom" e "muito importante" para Portugal e classifica-o de "ainda melhor" que o acordo proposto pela Presidência do Luxemburgo em Junho! O acordo de Junho previa 21,3 mil milhões de euros (16,420 de Fundos Estruturais, 2,722 de Fundo de Coesão e 2,143 de transferências para o Desenvolvimento Rural e Pescas) e este pacote, incluindo Política de Coesão e desenvolvimento Rural e Pescas, é de cerca de 22,5 mil milhões de euros (Nota: É curioso o elogio ao Governo de Santana Lopes por ter iniciado as negociações e à Comissão de Durão Barroso por ter desbloqueado problemas, o que fica sempre bem em política). No FEDER, Fundo de Coesão e Fundo Social Europeu a possível co-participação da UE passa de 80 para 85% segundo este novo acordo. Aumenta também o prazo de utilização dos fundos de 2 para 3 anos. Outra mudança é no IVA em que Portugal vê incluído no acordo a sua não dedução nas despesas elegíveis para co-financiamento comunitário. "Portugal vai poder gastar durante mais tempo este dinheiro e ter maior comparticipação comunitária", afirmou Durão Barroso!

Para mim este tipo de discurso, tanto de José Sócrates como de Durão Barroso, evidencia bem o problema actual da UE. Apesar do acordo ser positivo para o país ninguém realça o que é positivo para a globalidade da Europa. Continuamos a ter um discurso regionalista e assim percebe-se porque é cada vez mais difícil chegar a acordos nos fundos europeus.

Cheque Inglês e PAC: Tony Blair sai desta Presidência com uma vitória importante. Garantiu "uma revisão exaustiva e alargada" do conjunto do orçamento a efectuar no período de 2008-2009, que vai incluir as despesas da PAC. Novamente parece que não era a Europa o mais importante mas o seu combate pessoal com a França e a seguinte declaração prova este ponto de vista: "França, pela primeira vez, está em igualdade com o Reino Unido" [em termos de contribuições líquidas]. O famigerado "cheque inglês" tem uma redução de cerca de 20% (cedência no "cheque" de 10,5 mil milhões de euros e a inclusão de uma cláusula de revisão com vista a uma futura reforma do orçamento) o que considero claramente insuficiente mas positivo.

Comissão Europeia versus Reino Unido: As pretensões da Comissão Europeia saem defraudadas. A proposta da Comissão para o Orçamento Comunitário era de 1,21% do PIB europeu e a proposta do Luxemburgo era de 1,06%. O resultado final alcançado é de 1,045%, o que parece-me claramente insuficiente para fazer a coesão dos novos países do alargamento.

Conclusão: Não é o acordo perfeito porque vence a perspectiva menos interventiva da UE (eu preferia um maior papel na coesão) mas como Mário Soares lembrou - e bem - a UE é um compromisso entre várias ideologias e temos que ter isso em conta. Por isso fica, deste acordo, um compromisso entre as visões mais liberais e as mais socialistas e, deste modo, é o acordo não só possível como o melhor nestas circunstâncias. Veremos, no futuro, se Tony Blair tem razão em classificar este Orçamento como o melhor para fazer face aos desafios da Globalização. Quanto a Portugal, numa perspectiva egoísta, não se pode queixar!

Fontes: Público e BBC News